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Bolsonaro articula controle político de MS

Azambuja deve deixar o PSDB e ser o candidato a senador do grupo do ex-presidente pelo PL

Registro de Bolsonaro e Azambuja  durante encontro com governadores em 2018 - Foto: Arquivo
Registro de Bolsonaro e Azambuja durante encontro com governadores em 2018 - Foto: Arquivo

Uma negociação conduzida em sigilo pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) selou a parceria do ex-presidente Jair Bolsonaro com PSDB em Mato Grosso do Sul. Marinho esteve em Campo Grande para fechar o acordo com o ex-governador Reinaldo Azambuja, cacique do PSDB, e com o governador Eduardo Riedel (PSDB).

Marinho disse que Bolsonaro precisa da eleição de senadores em todos os Estados e Azambuja aceitou a ideia de ser um representante do bolsonarismo no Senado Federal.

A meta do ex-presidente é eleger a maioria dos senadores, em 2026, com o propósito de abrir processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Marinho convenceu Bolsonaro que o melhor caminho em Mato Grosso do Sul é se aliar com o PSDB para eleição de Azambuja para senador. Para fechar esse acordo, Bolsonaro rompeu aliança com o PP e com a senadora Tereza Cristina (PP), sua ministra da Agricultura. Bolsonaro tinha acertado apoio à reeleição da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes. 

O ex-presidente acabou virando as costas para Adriane e fechou com a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) em troca da eleição de um senador. Esse acordo acabou sacrificando mais de 30 candidatos a prefeito do PL.

A ordem de Bolsonaro é para os seus correligionários apoiarem os candidatos do PSDB por um projeto maior. Um dos exemplos é Dourados, onde o PL desistiu de lançar candidato próprio para defender a eleição do ex-deputado estadual e radialista Marçal Filho (PSDB). 

E o acordo não fica restrito as alianças das eleições municipais. Vai muito além disso. Azambuja deixará o PSDB e seu comando para presidir o PL em Mato Grosso do Sul. Ele será o homem do Bolsonaro no Estado.

O ex-governador não tem, também, mais interesse de ficar no PSDB por causa das negociações bem adiantadas em Brasília para fusão do partido com MDB. Ele teria que brigar pelo comando do novo partido com ex-governador André Puccinelli e com a ministra do Planejamento, Simone Tebet.

No PL, Azambuja teria todo espaço para assumir o controle do partido. Ele levaria junto os prefeitos eleitos pelo PSDB.
Essa negociação foi, inclusive, confirmada pelo Tenente Portela, amigo pessoal de Bolsonaro e presidente regional do PL. Portela comentou esse caso em grupo de whatsapp.

Tenente está na presidência do partido por ordem do Bolsonaro e deverá permanecer no cargo até o próximo ano, quando Azambuja vai se filiar e assumir o comando do PL.