O óbvio não aconteceu nas alianças do PL para eleições municipais em Mato Grosso do Sul. Por ordem expressa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o partido virou as costas para a ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina, uma parceira fiel. O ex-presidente mandou o PL retirar apoio, que ele mesmo costurou, à reeleição da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), para se aliar ao PSDB.
Essa parceria foi articulada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) com o presidente nacional do partido, Valdemar Costa e Bolsonaro. O ex-governador Reinaldo Azambuja, chefão do PSDB, e o governador Eduardo Riedel foram convidados para reunião com o ex-presidente, quando os detalhes da aliança foi acertada.
Tereza Cristina foi surpreendida com esse rompimento de Bolsonaro quando estava em viagem aos Estados Unidos. Ela ficou decepcionada com essa mudança de rumo de Bolsonaro e teve depois uma conversa dura com o cacique do PL, Valdemar da Costa. Ele lavou as mãos e jogou tudo no lombo de Bolsonaro. Mas o problema não ficou só em Campo Grande. Bolsonaro mandou o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) retirar a sua esposa, Gianni, da disputa para apoiar a candidatura do radialista Marçal Filho (PSDB). Esse acordo foi fechado entre Bolsonaro, Azambuja e Riedel.
Tereza Cristina, também, estava conversando com Bolsonaro para o PL apoiar a reeleição do prefeito Alan Guedes (PP). Ela contava com o ex-presidente para ajudar na recondução de Guedes ao cargo. Só ficou na conversa. O PL ficará com Marçal e o ex-presidente exigiu do PSDB a indicação da Gianni para vice. Azambuja não colocou nenhum obstáculo e a proposta foi aceita de pronto.
Todas essas articulações podem distanciar, por ora, a senadora Tereza Cristina do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para evitar maiores ruídos, ela pediu para ele não pisar o pé em Campo Grande e Dourados durante a campanha eleitoral. A dúvida é saber se o ex-presidente vai aceitar essas exigências da senadora. Em vídeo, Bolsonaro prometeu ir a Dourados atendendo ao convite do seu amigo e deputado federal Rodolfo Nogueira.
Outro caso emblemático aconteceu em Três Lagoas, terceiro maior colégio eleitoral do estado. O vereador Paulo Veron trocou o Solidariedade pelo PL para concorrer à prefeitura. Ele foi a Brasília e recebido pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa. Em vídeo, o dirigente do partido prometeu recursos necessários para a campanha de Veron e a chapa de vereadores. Só esqueceram de combinar com Bolsonaro. O ex-presidente acabou com a alegria de Veron, derrubando a orientação de Valdemar e determinou aliança do PL com PSDB para defender a candidatura de Cassiano Maia. Essa parceria faz parte do pacote dos acordos fechados entre Bolsonaro e Azambuja de caminharem juntos em 37 municípios do estado.
Veron levou a pior com essas articulações, ficou a ver navios e sem legenda para disputar a reeleição de vereador. O PL o substituiu por outro nome sob alegação de Veron abandonar a convenção e de querer causar tumulto. Tudo deu errado para o Dr. Veron.
Caberá a ele limpar as gavetas, concluir o mandato de vereador e voltar pra casa.
Confira a coluna Política em Destaque na íntegra:
CLIQUE AQUI e entre no canal de notícias da CBN CG