Veículos de Comunicação

ENTREVISTA

Campo Grande tem obras paradas pela chuva, mas contratos e recursos estão regularizados, afirma secretário

Marcelo Miglioli diz que município está pronto para avançar assim que houver condições climáticas

Marcelo Miglioli nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67
Marcelo Miglioli nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67

Durante entrevista ao programa Microfone Aberto da Massa FM Campo Grande, o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli, afirmou que as fortes chuvas que atingem a Capital desde março estão impedindo a execução do planejamento traçado para o primeiro semestre.

Segundo ele, frentes como tapa-buracos, manutenção de vias não pavimentadas e limpeza de praças estão praticamente paralisadas.

“Planejamos a execução há 20 dias, mas a chuva não deu trégua. Tivemos semanas seguidas com tempo instável, inclusive no feriado da Páscoa. Isso afeta todas as áreas de zeladoria urbana”, explicou Miglioli.

Para ele, os problemas enfrentados não são novos e fazem parte de uma situação estrutural de longa data. “Campo Grande convive há anos com essas dificuldades. Não é algo de agora.”

Apesar das limitações impostas pelo clima, o secretário destacou que o município está com recursos assegurados para importantes obras, incluindo a continuidade do programa de recapeamento, que teve bons resultados em 2023.

Miglioli citou recursos federais, como os R$ 7,3 milhões encaminhados pela senadora Tereza Cristina (PP), destinados à conclusão de intervenções na Ernesto Geisel e recapeamento até a Avenida Manoel da Costa Lima.

Ele também mencionou R$ 10 milhões disponibilizados via governo estadual por meio do deputado federal Luiz Ovando (PP).

“A prefeita tem insistido muito na pauta do recapeamento e temos levado isso ao governo do Estado e à bancada federal. Se conseguirmos consolidar um programa contínuo de recapeamento, vamos reduzir significativamente a demanda por tapa-buracos”, afirmou.

Miglioli também comentou a situação do Lago do Amor, alvo de críticas após parte da estrutura ceder 17 meses após a entrega. Segundo ele, a situação foi pontual e já está controlada.

“Foi um carreamento do talude do aterro, causado pelo volume de água que passou por cima da pista. O problema foi resolvido, restando apenas a conclusão de uma calçada. No entanto, o local precisa de uma solução definitiva, que envolve desassoreamento e construção de bacias de contenção, o que demanda cerca de R$ 15 milhões em investimentos.”

O secretário disse que já iniciou tratativas com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e com órgãos ambientais para buscar recursos. “Estamos em diálogo com a universidade, que é responsável pela área, e também com o Estado e o Ibama para viabilizar um fundo ambiental.”

Ao ser questionado sobre sua possível candidatura ao Senado em 2026, Miglioli preferiu adotar um tom cauteloso. “Faço parte do grupo da senadora Tereza Cristina e sou filiado ao PP. Se for da vontade do grupo e houver espaço para isso, vamos conversar. Mas, hoje, meu foco é cuidar da cidade e da secretaria que ocupo”, disse.

Por fim, o secretário negou que obras estejam paradas por questões administrativas. “Com exceção da obra de pavimentação na Ramez Tebet, que aguarda repasse federal, todas as demais estão com contratos e recursos em dia. O problema hoje é o clima. Nenhuma ordem de paralisação foi emitida.”

Ele concluiu destacando que a equipe da Sisep está mobilizada para retomar os serviços assim que houver condições climáticas adequadas. “Sabemos da angústia da população, mas não se faz patrolamento ou recapeamento com poça d’água. Assim que o tempo firmar, estaremos prontos para acelerar os trabalhos.”