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Canteiro de avenida virou abrigo para pessoas em situação de rua

Pintor viu refúgio em meio ao fluxo intenso de carros em avenida da região oeste da Capital

Logo no início da avenida Lúdio Martins Coelho é possível visualizar duas barracas no canteiro central - Foto: Fernando de Carvalho/CBN-CG
Logo no início da avenida Lúdio Martins Coelho é possível visualizar duas barracas no canteiro central - Foto: Fernando de Carvalho/CBN-CG

Quem trafega pela Avenida Lúdio Martins Coelho, uma das principais vias de acesso da região oeste de Campo Grande já se acostumou com a presença de barracos, há mais de um ano, no canteiro central da avenida.

A primeira lembrança que eu tenho da instalação dos barracos é no início de 2022. Primeiro chegaram com carrinhos de supermercado, e após um tempo houve a instalação das cabanas e estão lá até hoje", relata o gerente de banco, Vinicius Batistella, morador da região há mais de 10 anos.

Em meio às árvores e placas de sinalização de trânsito, as “moradias” ilegais são mais uma dor de cabeça para o poder executivo da capital. Até 2019, Campo Grande tinha 1,9 mil pessoas em situação de rua, de acordo com dados do Consultório na Rua, programa da Secretaria Municipal de Saúde.

Ao ser indagada sobre o problema em questão pelo jornalismo da CBN Campo Grande, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) afirmou que tem acompanhado o caso e que um dos moradores da avenida é um pintor que não aceita receber atendimento.  Equipes da SAS já tentaram levá-lo ao Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro Pop) para fazer a higiene pessoal e refeições.

A SAS informa que as equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) já realizaram diversas diligências no local, oferecendo os serviços de acolhimento em nossas unidades para as pessoas em situação de rua que estão no canteiro da Avenida. Ocorre que os usuários não aceitam qualquer tipo de ajuda, porém as equipes continuam realizando ações, toda semana, no local na tentativa de convencer os responsáveis pela montagem das barracas a aceitarem o acolhimento”, informou a prefeitura em nota enviada à nossa redação.

As pessoas em situação de rua têm a opção de aceitar ou recusar o acolhimento. As recusas de atendimento são um direito garantido pela Constituição Federal de 1988.

Para Vinicius, a maior preocupação é a segurança de quem se aloja nas cabanas, devido ao fluxo intenso de carros na avenida. “Para eles é perigoso por conta que é no meio da avenida, é uma questão de saúde pública. Pode passar um carro desgovernado e atropelá-los”, frisou o gerente.

A SAS informou que o trabalho das equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social foi reforçado nas sete regiões da Capital, por meio de busca ativa e denúncias feitas através dos dois celulares disponíveis para a população. "As abordagens sociais são feitas 24h por dia, nos sete dias da semana, incluindo feriados e finais de semana", destacou a assessoria.

SERVIÇO

Os telefones para denúncias sobre pessoas em situação de rua, para que as equipes da prefeitura da Capital possam realizar as abordagens, são: 

(67) 99660-6359 e 99660-1469