A Caravana da Castração, política pública estadual de controle populacional de cães e gatos terá início pelo Pantanal sul-mato-grossense. A região foi priorizada pela Superintendência Estadual de Políticas Integradas de Proteção Animal (Suprova) com base em dados de endemias e incidência de zoonoses, como a leishmaniose.
As zoonoses impactam não só a saúde dos animais, mas também a saúde humana e do meio ambiente. O superintendente estadual de Proteção da Vida Animal, Carlos Eduardo Rodrigues, explicou que o Pantanal foi escolhido como ponto de partida porque reúne fatores críticos de abandono de animais e transmissão de doenças.
Mato Grosso do Sul é uma região endêmica para a leishmaniose, com dados alarmantes que revelaram uma média de 1.200 casos por ano nos últimos anos. E, nesse contexto, os municípios pantaneiros de Corumbá e Ladário apresentam o maior número de casos da doença.
A iniciativa, coordenada pela Suprova e vinculada à Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), busca castrar, microchipar e medicar até 20 mil animais em todas as regiões do estado. Para isso, conta com investimento inicial de R$ 5 milhões e estrutura móvel adaptada para atender diretamente nos municípios.
Primeira etapa
Nesta quinta-feira (24), representantes dos 10 primeiros municípios que vão receber a caravana, participam de uma capacitação por meio do sistema digital SigPet, que organiza o cadastro de animais e vagas para atendimento.
A Caravana da Castração vai além dos procedimentos médicos, pois é uma estratégia de saúde pública e bem-estar animal. Os gestores dos municípios – por onde a caravana vai passar – devem se comprometer a implementar campanhas educativas contra maus-tratos e abandono animal.
Para o secretário Marcelo Miranda, da Setesc, o programa representa um novo modelo de política pública. “É uma política transversal que combina saúde, meio ambiente e cidadania. A Caravana da Castração é um passo firme para transformar a realidade dos animais e das comunidades onde vivem”.