O fato do vice-governador Barbosinha (PSD) não ter assumido o governo com a viagem do governador Eduardo Riedel (PSDB) aos Estados Unidos, é sinal que ele continua sendo a carta na manga para a disputa eleitoral em Dourados. Se ocupasse o cargo, estaria inelegível e se tornaria uma carta fora do barulho desse truco político.
Para disputar a Prefeitura de Dourados, Barbosinha não pode mais assumir o governo nos últimos seis meses das eleições. Ou seja, a partir de abril. Por lei, Barbosinha só assumiria o comando do Estado com ausência de Riedel por mais de 15 dias. Não é o caso da licença concedida pela Assembleia Legislativa a Riedel para viajar aos Estados Unidos. Ele ficará menos de 15 dias fora do País.
Mas, geralmente e por tradição, o vice-governador substitui o governador em todas as viagens ao exterior independentemente da ausência ser menos de 15 dias. Como Barbosinha não recebeu o bastão, a leitura política é que ele está no radar para entrar na disputa em Dourados.
O movimento nos bastidores é para Barbosinha ser o candidato apoiado pelo PSDB numa aliança com o PSD. Neste caso, o ex-deputado estadual Marçal Filho, recém filiado ao PSDB para concorrer a prefeitura, seria 'fritado'.
Ninguém fala abertamente sobre essas articulações para não gerar uma crise no ninho tucano. Mas a migração de Barbosinha do PP para PSD com a presença do governador Eduardo Riedel, na casa de Gilberto Kassab, em São Paulo, já foi um indicativo de apoio implícito a esse projeto eleitoral. Kassab é o presidente nacional do PSD e tem conversado com Riedel sobre a candidatura de Barbosinha.
O governador tem Barbosinha como um fiel parceiro político. E não teria nenhuma dificuldade de apoiá-lo na disputa eleitoral em Dourados. Mas, antes, precisa remover a pré-candidatura de Marçal, para unir PSDB ao PSD. Riedel, por questão de fidelidade partidária, não pode declarar apoio público a Barbosinha enquanto não acertar a formalização de aliança entre os dois partidos.
É preciso, também, convencer o ex-governador Reinaldo Azambuja, comandante do PSDB, a desistir de Marçal para a construção de um projeto político mais amplo, com Barbosinha na cabeça de chapa na disputa em Dourados. As conversas já estão sendo feitas.
E se Barbosinha for mesmo o escolhido para disputar a prefeitura, os douradenses vão se deparar com uma revanche. O atual vice-governador perdeu as eleições de 2020 para Alan Guedes (PP). Essa disputa criou uma rivalidade política muito forte na região.
Os dois não se bicam mais e Barbosinha deixou o PP justamente para trabalhar pela derrota de Guedes. Ele, o Barbosinha, pode entrar no campo de batalha se contar com o respaldo de Ridel e Azambuja.
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