Após duas vezes adiado, o julgamento de Stephanie de Jesus e Christian Campoçano, acusados pela morte de Sophia de Jesus O’Campos, de apenas 2 anos, começa nesta quarta-feira (4), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
Christian responderá por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos, e também por estupro de vulnerável. Stephanie será julgada por homicídio doloso por omissão.
O julgamento será realizado nesta quarta-feira (4) e quinta-feira (5). Durante a manhã, serão ouvidas testemunhas, incluindo um investigador de polícia, uma médica e um médico legista. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) arrolou duas testemunhas de acusação, e a defesa de Stephanie ouvirá outras cinco.
Durante a tarde, serão ouvidas as cinco testemunhas de defesa de Christian. Os réus serão ouvidos após as testemunhas, o que pode fazer o julgamento se estender até a noite.
No segundo dia (5), serão realizados os debates entre a acusação e a defesa, que devem durar o dia todo. Ao final, será feita a votação dos quesitos, e a sentença será proferida.
Adiamento
O julgamento já foi adiado duas vezes. Em março deste ano, o casal estaria no banco dos réus, mas as defesas alegaram que precisavam “melhorar a situação processual”, incluindo novos argumentos ao processo.
No início de novembro, uma nova data foi marcada: entre os dias 6 e 8.
Caso Sophia
Sophia de Jesus O’Campos, de 2 anos, morreu em 26 de janeiro de 2023, em Campo Grande. A mãe levou a criança já sem vida à UPA do Bairro Coronel Antonino. De acordo com o médico legista, a morte ocorreu aproximadamente sete horas antes da chegada ao hospital.
Em seu depoimento, Stephanie confirmou saber que Sophia estava morta quando procurou a UPA. O laudo de necropsia, feito pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), indicou que a causa da morte foi um traumatismo na coluna cervical e também confirmou que a menina foi vítima de estupro.
A declaração de óbito registrou que a causa da morte foi um trauma na coluna cervical, que causou acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento também revelou que a menina sofreu “violência sexual não recente.”
Sophia já havia sido atendida com frequência em unidades de saúde. O prontuário médico da criança mostra que ela recebeu 30 atendimentos, entre eles por fratura na tíbia.
A morte de Sophia acendeu a discussão sobre a rede de proteção para crianças e adolescentes, além da reativação do Programa de Proteção às Crianças em Mato Grosso do Sul.