No segundo dia de julgamento, Christian Campoçano negou abuso sexual e agressões à enteada Sophia. O padrasto não soube explicar o que pode ter motivado o óbito da menina. Christian confirmou que ele e Stephanie de Jesus tinham conflitos e se agrediam fisicamente.
O depoimento do réu estava previsto inicialmente para ontem (4), mas foi adiado devido ao horário e o cansaço dos jurados. Hoje (5), o interrogatório durou cerca de duas horas. O padrasto é acusado de homicídio por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos, além do crime de estupro de vulnerável.
O padrasto alega ter feito massagem cardíaca em Sophia antes dela chegar sem vida à Unidade de Ponta Atendimento (UPA) Coronel Antonino. “Ela mexeu os olhos. Então eu lavei o resto dela e entreguei para a Stephanie levar na UPA”.
Diferente de Stephanie no primeiro dia do júri, Christian não fez acusações diretas à companheira. Quando perguntado se a mãe seria a responsável pela morte da menina, o padrasto não soube responder. “Não posso afirmar o que eu não vi”, disse o réu repetidas vezes.
Christian admitiu aplicar “corretivos” em Sophia com tapas e chineladas, mas segundo ele, na maioria das vezes as coisas eram resolvidas com broncas. “Ela [Stephanie] gritava muito, então só com o grito já parava a bagunça”.
O CASO
Sophia, de apenas dois anos de idade, chegou morta a UPA Coronel Antonino, no dia 26 de janeiro de 2023. O laudo da necropsia apontou um traumatismo na coluna cervical como a causa do óbito.
Christian Campoçano e Stephanie de Jesus são acusados de serem os responsáveis pela morte da criança. Christian responde por homicídio triplamente qualificado e Stephanie por homicídio doloso por omissão.