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Homens ainda morrem mais que mulheres em MS

Maior diferença está na faixa etária entre 15 e 29 anos, quando a mortalidade masculina é três vezes maior

Pesquisa do IBGE revela que homens morrem mais do que as mulheres em MS
Pesquisa do IBGE revela que homens morrem mais do que as mulheres em MS | Foto: Arquivo/CBN-CG

A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que os homens ainda morrem mais que as mulheres em Mato Grosso do Sul. A maior diferença está na faixa etária entre 15 e 29 anos, quando a mortalidade masculina é três vezes maior.

Foram 659 mortes de homens entre agosto de 2021 e julho de 2022. A maior parte foi de mortes violentas, como acidentes de trânsito ou homicídios. No mesmo período, foram registrados 202 óbitos de mulheres no estado.

Segundo o delegado de polícia e diretor da Faculdade de Direito da UFMS, Fernando Nogueira, esse índice está relacionado à segurança pública, principalmente às mortes violentas entre os homens.

“Realmente, ele tem uma ligação com a violência urbana […] é a faixa etária onde os jovens que saem de casa, às vezes vão para uma festa, se expõem mais numa balada, num bar, e isso pode correr o risco realmente de ser vítima de uma violência urbana”.

“Mas também, por outro lado, a maioria das pessoas que praticam crime hoje é do sexo masculino, e isso também acaba gerando essa violência de morte entre facções, gangues, que geralmente a maioria é composta por homens”, completa o delegado.

Os dados do IBGE apontam que a razão de óbitos nessa faixa etária, dos 15 aos 29 anos, é de 327 mortes de homens para cada 100 mulheres. Esse é o 9º maior índice entre os estados brasileiros.

Considerando todas as faixas etárias, o índice é de 150 homens para cada 100 mulheres. O município com o maior índice é Juti, no interior do estado.

Mulheres vivem mais?

No período apurado pela pesquisa, Mato Grosso do Sul registrou 17.960 mortes, sendo 55% homens e 44% mulheres. Os homens são maioria em todas as faixas etárias, até os 85 anos. A partir dessa idade, a mortalidade feminina é maior, o que pode indicar que as mulheres têm vivido mais que os homens no estado, segundo o professor doutor Aparecido Francisco dos Reis, docente e pesquisador do mestrado em Antropologia na UFMS.

“Os homens costumam morrer mais cedo em razão de uma vida marcada justamente pelo exercício de trabalhos perigosos. Mas também por um comportamento de risco em relação à sua saúde, de não fazer os cuidados, o exame preventivo, etc. Além de levar uma vida em que ele consome mais álcool e também fuma mais. Isso é um dos dados que a gente vê. Então, significa que a viuvez feminina acaba sendo maior do que a viuvez masculina”.

A faixa etária que registrou mais óbitos no estado foi a de 70 a 74 anos, com 1.900 mortos, enquanto a faixa etária com menos mortos foi entre 5 e 10 anos, com 69 óbitos registrados.

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