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MATRIMÔNIO

Leve queda nos casamentos em MS sugere mudanças nos hábitos dos jovens

Número de uniões formais caiu 1,4% em 2024; adiamento do matrimônio pode estar entre as explicações

O casamento civil foi instituído no Brasil há 135 anos, em 24 de janeiro de 1890
O casamento civil foi instituído no Brasil há 135 anos, em 24 de janeiro de 1890 | Foto: Divulgação/Arpen BR

O número de casamentos em Mato Grosso do Sul caiu levemente no último ano. Segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil, em 2024, foram registrados 15.035 casamentos, 218 a menos que em 2023. Em Campo Grande, a queda também foi pequena, com 6.399 registros em 2024, contra 6.517 no ano anterior.

Segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-MS), Lucas Zamperlini, a diminuição nos registros de casamento pode estar relacionada a uma mudança cultural, especialmente entre os mais jovens.

Ele aponta que muitos priorizam estudar e construir uma carreira antes de pensar em casamento. “O casamento é uma instituição tradicional, mas os jovens não têm mais aquele mesmo sonho de casar cedo. Eles deixam o casamento para mais tarde”, afirma.

Zamperlini também destacou que a união estável tem ganhado espaço como uma alternativa ao casamento formal. Essa modalidade garante os mesmos direitos e deveres do casamento, mas é mais simples e menos burocrática. “A união estável é mais fácil de formalizar e acaba sendo a preferência para muitos casais. Diferentemente do casamento, ela não exige proclamas ou celebração”.

Diferenças

Além das questões culturais, também existem diferenças marcantes entre o casamento formal e outros tipos de contratos, como a união estável e o contrato de namoro. Essas diferenças não impactam apenas a formalização da relação, mas também seus aspectos legais e sociais.

“O casamento, por exemplo, tem um caráter muito mais formal e exige uma celebração, proclamas e registro em cartório. Já a união estável pode ser formalizada de maneira mais simples, por escritura pública ou contrato. Além disso, o casamento ainda carrega um peso religioso para muitas famílias, enquanto a união estável e o contrato de namoro são vistos de forma mais prática e menos vinculados a tradições”.

Outra opção que surgiu nos últimos anos é o contrato de namoro, mas seu impacto nos índices de casamentos ainda é limitado. Segundo Zamperlini, esse tipo de contrato é usado em situações específicas, quando os casais não querem que o relacionamento seja configurado como união estável.

Tradição se mantém

Apesar da queda nos registros, ainda há quem mantenha o sonho de casar no civil e no religioso. Diego Bernardo e Maria Evelyn são um exemplo. Eles estão juntos desde 2017, mas oficializaram a união em 2024, tanto no cartório quanto na igreja.

“Nosso sonho sempre foi casar no religioso, com efeito civil. Somos católicos e queríamos que nosso casamento fosse dentro dos padrões da nossa fé”, contam. Eles relatam que o início da vida a dois tem sido especial. “Estamos construindo nossa vida do zero, criando nossas próprias tradições e conquistando tudo juntos”.