O ônibus movido a Gás Natural Veicular (GNV) já está em testes no transporte público urbano de Campo Grande. O teste já foi realizado em outras cidades, como São Paulo, Curitiba e Recife, e vai durar 60 dias na Capital Morena.
Inicialmente, o ônibus movido a GNV fará a linha 082, que liga o Terminal Aero Rancho ao Shopping Campo Grande. Mas o veículo, com capacidade para 44 passageiros, também vai trafegar por outras rotas, para que seja possível uma análise de desempenho em diferentes condições.
Segundo o diretor jurídico do Consórcio Guaicurus, Leonardo Dias Marcelo, o uso do GNV traz benefícios ao meio ambiente.
“Diminui a emissão de gases causadores do efeito estufa. O ônibus emite 90% menos de CO₂ e 97% menos de materiais particulados. Esses materiais particulados são aqueles que causam doenças respiratórias”.
Ainda segundo o consórcio, que administra as empresas do transporte coletivo urbano da capital, uma possível renovação da frota com ônibus movidos a GNV depende de um reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
“Essas questões internas estão sendo tratadas com a prefeitura, e acredito que em breve a gente tenha uma solução quanto a esse ponto”.
Passageiros
Nossa equipe de reportagem conversou com alguns passageiros do transporte público urbano da capital para saber a opinião deles sobre os testes do novo ônibus. O estudante, Enzo Pereira, gostou da iniciativa.
“O GNV é muito mais sustentável, então seria um bom ponto, mas eu acho que, principalmente, o conforto, o ar-condicionado, menos barulho, isso faz totalmente a diferença. Então, eu acho que seria uma situação muito vantajosa, tanto para o meio ambiente quanto para quem utiliza o transporte público”.
O que chamou a atenção da dona Clenice, que pega ônibus todos os dias para trabalhar, é a presença do ar-condicionado no novo veículo, que soluciona um problema antigo. “Dependendo do horário, é muito cheio. O calor também é intenso, então a gente sofre muito com o calor, a gente passa bem mal dentro do ônibus”.
Além do ar-condicionado, o ônibus conta com câmbio manual e gera menos ruídos. O teste do novo veículo é uma parceria entre a Prefeitura de Campo Grande e a companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGás).
Expansão
Segundo o coordenador comercial da MSGás, Thiago Fontana, o GNV pode gerar também uma grande economia de custos de operação. “A experiência que tem em outras cidades é algo em torno de 10 a 15% de economia em relação ao diesel. Por isso a gente trouxe esse ônibus para cá, para poder fazer os testes na realidade do nosso terreno”.
E se der certo na capital, a iniciativa pode ser levada para o interior do estado. “Onde a gente tiver capacidade de levar o gás natural para abastecer esse ônibus, a gente vai expandir esse projeto”.
“A próxima cidade em que vamos implantar a rede é Dourados. Depois que a rede estiver implantada lá, o próximo passo é procurar a concessionária de ônibus da cidade e implantar o projeto. Agora, com a expansão para Ribas, Água Clara, Inocência e Três Lagoas, vamos começar a estudar a exploração desse projeto”.