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SEGURANÇA

Roubo de animais no campo cai 50% em quatro anos no estado, aponta Polícia Militar

Abigeato e contrabando de defensivos agrícolas estão entre os principais crimes ocorridos na área rural

Coronel Cleder Pereira da Silva, no estúdio da rádio CBN Campo Grande
Coronel Cleder Pereira da Silva, no estúdio da rádio CBN Campo Grande | Foto: Karina Anunciato/CBN-CG

De acordo com o levantamento do Batalhão de Polícia Militar Rural (BPMRu), entre os anos de 2021 e 2024, caiu em 50% o número de roubos de animais, conhecido como abigeato, em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o comandante do Policiamento Rural no estado, Coronel Cleder Pereira da Silva, isso se deve à criação do batalhão voltado a combater esse tipo de crime.

“O policiamento rural no estado teve início no ano de 2022. Então, nós pegamos um ano antes para saber como estavam as nossas estatísticas antes e depois desse tempo de policiamento […] A partir de dezembro de 2023, nós tivemos uma reestruturação. Nós analisamos esse período em que estamos atuando com uma outra estrutura e com a estrutura atual e verificamos os números que temos, essas reduções no que se refere a crimes no campo, inclusive esse crime de abigeato, que é o furto de gado, um crime muito comum”, explicou o comandante.

Atualmente, o estado é um dos poucos no país que possuem esse tipo de policiamento especializado no combate ao crime no campo. Hoje, 120 policiais atuam no serviço, distribuídos pelo estado.

“Se olharmos todas as polícias militares, tirando Goiás, que já tem esse policiamento rural há um pouco mais de tempo, e o Distrito Federal, as outras polícias estão no início desse tipo de policiamento. Então, é um tipo de policiamento que está começando agora, diferente, por exemplo, do policiamento ambiental, que já existe há décadas“.

Durante a conversa, ele falou das principais práticas de abigeato cometidas no estado e alertou para o mercado de carne clandestina em determinados pontos de comercialização.

“Nós temos, por exemplo, na região de fronteira com o Paraguai, muitas pessoas que furtam para consumo próprio e muitas que furtam também para abatedouros clandestinos. Essa é a importância da fiscalização, por exemplo, do Iagro, com o qual nós, do rural, também temos uma parceria muito grande. É a nossa segurança alimentar. Então, furtam muito para que esses abatedouros vendam a açougues clandestinos. Por isso, as pessoas precisam ficar um pouco preocupadas e atentas ao local onde compram carne. Pode ser um produto de furto e isso acontece muito”, frisou Cleder Pereira da Silva.

Acompanhe a entrevista completa:

Desde a implantação do programa Campo Mais Seguro, em 2022, os índices de criminalidade na zona rural têm registrado quedas. Comparando os dados de 2024 com 2021, ano que antecedeu o lançamento do programa, houve uma redução de 50,7% no crime de abigeato, 45,1% nos roubos, 31,5% nos casos de furto e 28,2% nos homicídios dolosos.

Durante o último ano, foram apreendidos 12.720 quilos de drogas. A atuação contra o descaminho e o contrabando resultou na apreensão de 1.804 quilos de defensivos agrícolas. No total, 56 veículos foram apreendidos, sendo cinco deles diretamente ligados aos crimes de abigeato.