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Tamanduá-bandeira albino passa por nova etapa de monitoramento

Alvinho foi descoberto em 2022 pelo projeto Bandeiras e Rodovias do Instituto de Conservação de Animais Silvestres

O raro tamanduá-bandeira albino Alvinho, monitorado desde 2022 pelo projeto Bandeiras e Rodovias do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (Icas), passou por mais uma etapa importante no dia 13 de novembro: a troca de seu colete com radiotransmissor.

Segundo o pesquisador e presidente do Icas, Arnaud Desbiez, a substituição foi necessária devido ao esgotamento da bateria do dispositivo anterior.

O novo colar foi ajustado perfeitamente e deve durar cerca de um ano e meio. Além disso, ele pode ser readequado caso haja necessidade, o que garantirá o conforto e a saúde do Alvinho. A boa notícia é que ele está super saudável. Apesar de estar um pouco menor que o esperado para sua idade – com 22 kg, enquanto o ideal seria entre 28 e 30 kg –, ele está em ótimas condições, conforme exames clínicos realizados”, relatou Desbiez.

O monitoramento de Alvinho é fundamental para entender como um tamanduá-bandeira albino interage com o ambiente. A equipe do projeto acompanha seu comportamento, seleção de habitat e resposta a fatores como luz e temperatura, comparando-o com tamanduás da mesma faixa etária. Essas informações ajudam a identificar caminhos permeáveis para a locomoção e barreiras na paisagem.

Desde o início do monitoramento, em setembro de 2022 em uma fazenda de Três Lagoas (MS), Alvinho passou por 09 capturas para ajuste do equipamento e coleta de amostras biológicas. A cada encontro, os pesquisadores reforçam seu compromisso com a conservação e a saúde do animal, destacando a importância desses dados para compreender e proteger a espécie.

E esse colete não machuca o Alvinho?

A maioria dos tamanduás-bandeira que são monitorados pelo projeto, recebem colete com rádio transmissor, que tem o objetivo de monitorar o animal e acompanhar o seu desenvolvimento. Dados que são fundamentais para o trabalho que vem sendo desenvolvido para a conservação destes animais.
 
Este equipamento foi desenvolvido especialmente para a espécie e estudado por uma equipe de médicos veterinários e biólogos ao longo dos anos para garantir que não atrapalhe em nada na vida dos animais. Além disso, periodicamente – sempre que necessário – são realizadas capturas para o ajuste deste equipamento.

O projeto Bandeiras e Rodovias

O Projeto Bandeiras e Rodovias é uma iniciativa do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) que é pioneira no monitoramento do tamanduá-bandeira no Cerrado de Mato Grosso do Sul, com foco em estudos comportamentais e biológicos da espécie e no desenvolvimento de estratégias para mitigar colisões veiculares com a fauna silvestre.

Desde 2017, o projeto tem realizado um trabalho abrangente para a conservação do tamanduá-bandeira, incluindo pesquisas que aprofundam o conhecimento sobre o comportamento e as necessidades biológicas da espécie.

Além disso, o projeto se dedica à identificação e aplicação de medidas de mitigação para reduzir os impactos das rodovias na fauna. Entre 2017 e 2020, foram registrados 766 tamanduás-bandeira mortos em cerca de 14% das rodovias do estado, destacando a urgência de ações efetivas para proteger a biodiversidade local.

*Com informações do Icas