Veículos de Comunicação

Economia

Cédulas da Primeira Família do Real serão aposentadas pelo Banco Central

Notas circulam há mais de 30 anos e estão desgastadas

Notas circulam há mais de 30 anos e estão desgastadas - Foto: Reprodução/Agência Brasil
Notas circulam há mais de 30 anos e estão desgastadas - Foto: Reprodução/Agência Brasil

As cédulas da primeira família do Real, em circulação desde 1994, estão sendo "aposentadas" pelo Banco Central (BC). A partir de agora, os bancos deverão recolher essas notas antigas e substituí-las pelas da segunda família do Real, lançadas a partir de 2010.

A decisão do Banco Central se baseia em dois motivos principais: as condições físicas das cédulas antigas, após 30 anos em circulação, já não são adequadas para o uso em caixas eletrônicos, máquinas contadoras e outros equipamentos, além da baixa quantidade delas em circulação – apenas 3% do total de cédulas em uso no país.

José Rodrigues, colecionador de moedas e cédulas há mais de 50 anos e fundador da Associação Numismática Sul-mato-grossense (Anumis-MS), relembra com carinho a importância da Primeira Família do Real na história do país. "Foi uma vida nova que começou", afirma ele, destacando os animais da fauna brasileira estampados nas cédulas como símbolos da identidade nacional.

Apesar de sutis, existem diferenças entre as cédulas da Primeira e Segunda Famílias do Real. Na Primeira Família, todas as notas possuem o mesmo tamanho, enquanto na Segunda Família cada valor tem um tamanho específico. Além disso, as notas da Segunda Família possuem recursos de segurança mais avançados, dificultando falsificações.

Apesar do avanço das transações digitais, como o Pix, que movimentou mais de R$ 2 trilhões apenas em junho deste ano, a quantidade de cédulas e moedas em circulação aumentou nos últimos 10 anos. Em 16 de junho de 2014, havia mais de R$ 183 bilhões em cédulas e moedas circulando no país. Este ano, na mesma data, a circulação foi de R$ 337 bilhões, um aumento de 84%.

O economista Eduardo Matos explica o aumento na circulação de cédulas: "O volume de transações financeiras cresceu exponencialmente nos últimos anos, refletindo o dinamismo econômico global e brasileiro. Embora tenhamos reduzido o uso de dinheiro em espécie, as transações entre empresas ainda utilizam muito dinheiro físico", afirmou.

Quanto ao futuro do dinheiro em espécie, Matos comenta: "A tendência é que o uso de cédulas diminua com o avanço das moedas digitais e criptomoedas, que oferecem maior segurança nas transações. No entanto, é difícil imaginar que o dinheiro físico deixe de circular completamente no futuro próximo"

Mesmo com a aposentadoria, as cédulas antigas do Real continuarão valendo e poderão ser usadas normalmente.