De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) , em 2023 foram registrados 274 novos casos de hanseníase em Mato Grosso do Sul. Em entrevista ao Jornal CBN Campo Grande, nesta quinta-feira (16), a dermatologista Camila Tormena destacou que o número de novos casos é considerado alto para o estado.
“Nós temos uma endemia oculta de hanseníase no nosso país. Então esse número vem constante ao longo dos anos e a gente tem uma dificuldade de reduzir o número, tanto pela demora no diagnóstico quanto pelos casos que estão aí. Em áreas mais afastadas, esse ainda é um número bem grande e é um número preocupante. A hanseníase é uma doença milenar, ela está desde 1.600 no Brasil”, destacou a médica.
O Brasil é o segundo país com mais casos de registros mundiais de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. “Então é muito importante no nosso país falar sobre a doença e fazer esse diagnóstico”.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que é o bacilo de Hansen, ou mycobacterium lepre, transmitida por via respiratória. Sobre o tratamento a médica explicou que a partir do momento que o paciente começa o acompanhamento, entre 15 e 30 dias após, ele já não transmite mais a doença.
“Então, por isso que hoje a gente já sabe que os pacientes não precisam mais ficar isolados, não precisam mais ter aquela separação que tinha antigamente. Então os pacientes podem conviver normal com familiar, pode trabalhar normalmente, pode ter uma vida normal enquanto faz o tratamento”, detalhou a dermatologista que atende em Campo Grande no Hospital São Julião, referência no tratamento da doença no estado.