Dados do Censo Imobiliário do 2º trimestre de 2024, divulgados pelo Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), mostram que a demanda por imóveis residenciais está em alta. De acordo com os dados, foram lançados seis novos empreendimentos no período, sendo três residenciais verticais e três horizontais. As vendas alcançaram 651 unidades, com destaque para os empreendimentos verticais, que concentraram a maior parte das negociações.
Ao todo, 651 unidades foram comercializadas, com destaque para os edifícios verticais, que concentraram a maior parte das vendas.
A verticalização, apontada como uma tendência crescente, vem transformando o cenário urbano da capital sul-mato-grossense. O construtor, Gustavo Shiota, vê esse movimento como uma solução eficiente para a ocupação do solo. “Essa tendência é positiva, pois permite mais opções de moradia para a população de forma ordenada e organizada, graças a um plano diretor que envolve a participação da comunidade. A construção está acontecendo em regiões com infraestrutura consolidada, o que possibilita um melhor aproveitamento dos serviços já disponíveis, como transporte e comércio”, destacou.
O presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, apontou que a expansão de construções horizontais também deve se intensificar nos próximos anos. “Campo Grande é uma cidade jovem e tem recebido projetos modernos, tanto residenciais quanto comerciais. Hoje, os empreendimentos verticais representam menos de 15% das inscrições imobiliárias, então há muito espaço para crescimento”, comentou.
Paiva destacou que uma maior ocupação vertical poderia revitalizar o centro da cidade, que tem enfrentado uma diminuição na densidade populacional. “Se o centro tivesse mais prédios residenciais, o comércio seria mais vibrante e as opções de lazer mais amplas”, observou.
Apesar dos benefícios da verticalização, existem desafios que esse tipo de desenvolvimento pode trazer. O arquiteto Fayez José Rizk ressaltou a importância de um planejamento urbano adequado para evitar problemas como a falta de vagas de estacionamento, sobrecarga na infraestrutura e a redução de áreas verdes. Ele também abordou o impacto ambiental das grandes edificações, mencionando que o uso intensivo de ar-condicionado, por exemplo, pode aumentar a temperatura ao redor dos edifícios em até três graus.
“Precisamos pensar em soluções que conciliem o crescimento urbano com a preservação ambiental e a qualidade de vida dos moradores. A mobilidade urbana e a capacidade das áreas de suporte, como estacionamentos, são fatores essenciais nesse processo”, afirmou Rizk.
O estudo do Sinduscom-MS também traçou o perfil dos compradores de imóveis em Campo Grande. A maioria está na faixa etária de 25 a 49 anos e procura apartamentos de dois ou três quartos, em regiões com boa infraestrutura e proximidade de parques e áreas de lazer. João Mário da Silva, operador de áudio, é um exemplo desse público. Ele adquiriu recentemente um apartamento na planta e destacou as facilidades de pagamento como fator decisivo. “Estava me planejando há um ano para sair do aluguel, e as condições de pagamento foram fundamentais para essa decisão. Comprar um imóvel é um sonho para todos”, concluiu.