Uma estrutura portuária em Porto Murtinho foi arrematada por R$ 30,5 milhões em um leilão realizado no início da semana. A área, que possui mais de 47 mil metros quadrados, inclui três setores e diversos equipamentos, como balanças, elevadores industriais e plataformas de descarga.
O prefeito do município, Nelson Cintra (PSDB), destacou que o leilão trará benefícios para a cidade, especialmente pela ampliação da concorrência e pelo impacto da Rota Bioceânica no valor do porto.
“Esse leilão nos beneficiou muito, pois teremos mais concorrência, o que favorece o desenvolvimento da cidade. Porto Murtinho tem dois grandes diferenciais: o Rio Paraguai e a Rota Bioceânica. Isso representa um grande benefício para a arrecadação do município, além de impulsionar a importação e exportação”, afirmou o prefeito.
O valor final do leilão foi quase o dobro da avaliação inicial, que era de R$ 16,6 milhões. Cintra também apontou que a Rota Bioceânica, que atravessa o município, agregou valor ao terminal portuário.
“O porto ganhará um valor ainda maior com o aumento das exportações. Há grande expectativa para a movimentação de produtos manufaturados, além de mercadorias que chegarão dos portos do Chile e da Argentina. O gasoduto que deve passar por Porto Murtinho também pode aumentar a demanda portuária”, explicou.
O novo dono do terminal portuário ainda não foi oficialmente anunciado.
Queda na movimentação portuária
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), de janeiro a novembro de 2024, foram movimentadas aproximadamente 3 milhões de toneladas de produtos pelos portos de Mato Grosso do Sul. O número representa uma queda de 61% em comparação ao mesmo período de 2023, reflexo da seca do Rio Paraguai.
O principal produto movimentado pelos portos do estado foi o minério de ferro, que representou 91% do total.
Em Porto Murtinho, a movimentação portuária sofreu uma queda ainda mais expressiva, de 91% em 2024. Foram movimentadas apenas 132 mil toneladas, sendo a soja o único produto exportado.