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ENTREVISTA

CPI do Transporte Público já recebeu mais de 400 denúncias e cobra fiscalização mais rígida

Oitiva com presidentes da Agereg e Agetran deve esclarecer falhas na fiscalização e controle do sistema

Oitiva com presidentes da Agereg e Agetran deve esclarecer falhas na fiscalização e controle do sistema - Foto: Arquivo/Portal RCN67
Oitiva com presidentes da Agereg e Agetran deve esclarecer falhas na fiscalização e controle do sistema - Foto: Arquivo/Portal RCN67

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público, vereador Dr. Lívio Leite (União Brasil), afirmou nesta terça-feira (29) que os trabalhos da comissão estão avançando para uma nova etapa com foco nas oitivas de agentes públicos e especialistas.

Em entrevista ao programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, ele detalhou o andamento da investigação, que já contabiliza 447 denúncias recebidas da população.

A CPI, instaurada na Câmara Municipal para apurar irregularidades no sistema de transporte coletivo da Capital, entrou na fase de oitivas com uma apresentação inicial feita por uma especialista em mobilidade urbana de Florianópolis.

Segundo o vereador, a especialista apontou falhas graves na transparência da bilhetagem eletrônica, atualmente controlada exclusivamente pela empresa operadora. “A prefeitura precisa saber o que entra no sistema — receita de vale-transporte, publicidade, tudo — e qual é o custo real da operação para definir uma tarifa justa”, destacou.

Dr. Lívio Leite nos estúdios da Massa FM Campo Grande – Foto: Adriano Hany/Portal RCN67

Entre os depoimentos mais esperados estão os do atual presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agereg), José Mário, e do presidente da Agetran, Paulo Silva. Ambos estão agendados para os próximos dias.

Lívio considera o papel da Agereg “central” na fiscalização do contrato com o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo. “Se a agência não fiscaliza como deveria, quem sofre é o usuário do sistema”, afirmou.

As denúncias recebidas pela CPI têm sido agrupadas em eixos por um sistema de inteligência artificial. Entre os principais problemas apontados pela população estão superlotação, atrasos, falta de manutenção dos ônibus, ausência de fiscalização e desrespeito a pessoas com deficiência.

Há também relatos envolvendo suspeitas de corrupção. A comissão garante sigilo absoluto aos denunciantes.

Questionado sobre a possibilidade de prorrogação dos trabalhos, o vereador disse que a intenção é encerrar a CPI dentro do prazo regimental de 120 dias, que se encerra em 20 de julho, mas admitiu que o andamento das oitivas pode exigir uma extensão.

“Se for necessário prorrogar para ouvir mais pessoas e aprofundar as apurações, vamos fazer”, concluiu.

A comissão deve seguir ouvindo representantes do poder público nas próximas semanas antes de passar à fase de convocação de diretores e ex-diretores do consórcio.

Confira a entrevista na íntegra: