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Cresce 60% o número de denúncias contra clínicas de estética na Capital

Em 2024 foram registradas 16 reclamações na Ouvidoria do SUS

Larissa Brandão no estúdio da rádio CBN Campo Grande
Larissa Brandão no estúdio da rádio CBN Campo Grande | Foto: Karina Anunciato/CBN-CG

O aumento da busca de realização de procedimentos estéticos em Campo Grande levou a um crescimento nas denúncias contra clínicas de estética. De acordo com a Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2024, até o mês de novembro foram registradas 16 denúncias. De janeiro a novembro de 2023, no mesmo período, foram 10 registros e em 2022, foram 7 denúncias.

Entre as principais reclamações registradas no SUS, a maioria relata condições de higiene, falta de transparência na apresentação dos tratamentos e profissionais sem preparo e autorização para realizar os procedimentos.

Em entrevista ao Jornal CBN Campo Grande, a vice-presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/ MS, Larissa Brandão, o aumento na quantidade de denúncias evidencia maior consciência do consumidor.

“Graças às redes sociais, às mídias, nós temos aí a popularização dos conteúdos. Então da mesma forma que a gente tem algumas práticas (de divulgação) sendo mais recorrentes, nós também temos os consumidores, quando inconformados, buscando seus direitos. Então antes ficava um pouco no: Ah, deixa pra lá, vai dar muito trabalho. E hoje, com as redes sociais, os canais digitais, as reclamações online ou até mesmo pelas redes sociais, a gente verifica que o consumidor insatisfeito ele tem procurado, por vezes reclamar literalmente onde ele compra, que muitas vezes é na própria internet”.

Apesar da reclamação pública ter sido usada com maior frequência nos últimos anos, a advogada alertou para alguns perigos deste tipo de exposição.

“O fato principal é que nenhum direito é superior a outro. Então, por óbvio, eu não posso caluniar, difamar, enfim, imputar qualquer conduta ilícita só porque eu tive o meu direito violado. Então é muito importante que o consumidor, ele esteja consciente do direito dele e reclame de forma adequada”.

Por ser um serviço personalíssimo, executado em uma pessoa específica, Larissa destacou a importância do esclarecimento da prestação do serviço e da expectativa da entrega do trabalho. Em alguns casos, apesar de uma possível insatisfação do consumidor, nem sempre o resultado final do serviço estético desejado é atingido.

Como resolver

Segundo a vice-presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/MS a melhor forma de fazer valer um direito é buscar primeiro a resolução amigável.

“A primeira coisa é que o consumidor tem o prazo de cinco anos para pleitear ali uma reparação, uma indenização que a gente chama de danos morais. Nesse cenário, ela pode fazer e é recomendável que ela procure a clínica, em primeiro lugar, para fazer o registro, para demonstrar uma solução, uma tentativa de solução de forma administrativa do problema. Também peça os documentos, porque eles devem ter anexado. É dever deles guardar o prontuário, o próprio termo de consentimento. Eventualmente, ali constam as informações que foram repassadas, como pós cirúrgico, medicação, os receituários, o procedimento que foi realizado pelo profissional”, caso haja a negativa de repasse de informações Larissa orienta que o consumidor formalize o pedido de negativa e procure os órgão de defesa do consumidor e os conselhos regionais.

Acompanhe a entrevista completa: