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Investigações Encerradas

Criança de 2 anos foi agredida por mãe e padrasto na capital

Caso ocorreu na capital no dia 23 de janeiro e os responsáveis foram presos temporariamente e interrogados pela polícia. Bebê segue internado na Santa Casa em estado de coma devido a um traumatismo craniano

As delegadas Nelly Macedo e Anne Karine Trevizan
As delegadas Nelly Macedo e Anne Karine Trevizan

No início da tarde desta quinta-feira (1), as delegadas Nelly Macedo e Anne Karine Trevizan, titulares na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) marcaram uma coletiva de imprensa e deram mais detalhes sobre o caso do Menino de dois anos que está internado em estado gravíssimo na Santa Casa de Campo Grande desde o dia 23 de janeiro. De acordo com as investigações, o menor sofreu agressões da mãe e do padrasto em casa invadida pela família no Jardim Colibri. São pessoas que viviam em situação de rua, sem residência física e pertences pessoais.

Durante as investigações, primeiramente as delegadas trabalharam com a versão dada pela mãe da criança, de que o menor teria caído em uma rua da região.

"A maior dificuldade foi identificar o local do fato, já que tratava-se de pessoas em situação de rua. Moraram em diversas casas invadidas, em uma combi abandonada e a última localização conseguimos identificar foi no bairro Colibri, duas quadras abaixo do local onde o Samu fez o atendimento. Eles correram com a criança, há imagens deles fugindo com a criança daquele local para que não fosse identificado o local do fato. E pudemos constatar que essa criança foi violentada, ela sofreu uma violência nessa casa, os dois estavam lá, há imagens dos dois na casa, havia também uma criança de quatro anos e quando nos chegou as informações dos graus das lesões que a criança sofreu, eram lesões graves em órgãos vitais e nos fez suspeitar que não se tratava de um acidente de algum ato violento contra essa criança", explica a delegada Nelly Macedo.

Com o passar do tempo e a averiguação do estado de saúde do menino, foi constatado que ele realmente sofreu agressões graves. A delegada Nelly fala mais sobre as versões apresentadas pelos agressores e rebatidas pela polícia.

"A primeira narrativa é de que a criança teria se acidentado em uma escada enquanto brincava com a irmã de 4 anos. Fizemos a perícia no local, a escada possui um degrau bem baixo, não seria possível que a criança se lesionasse com tal gravidade. A segunda narrativa é de que talvez teria caído, como eles invadiam a casa, a criança tinha ao ser passada por cima do muro, então eles narraram que a criança talvez teria caído de cima do muro, mas é outra narrativa que também não condiz com as lesões. Então nós concluímos pelo homicídio tentado, porque essa criança sofreu violências e não há dúvidas de que são os responsáveis pela violência que a criança sofreu. São lesões em órgãos vitais, crânio, ela teve um trauma no crânio, trauma no pulmão, trauma no fígado e tinha líquido no abdômen e algumas escoriações nas pernas", concluiu.

A mãe e o padrasto, de 19 e 24 anos, estavam foragidos desde o dia do fato e foram presos de forma preventiva (duração de 30 dias). O padrasto possui passagens pela polícia por violência doméstica e roubo durante a adolescência. A mulher tem outra filha de 4 anos e que atualmente está em um abrigo.

A dinâmica das agressões ainda não foi identificada, a polícia aguarda laudos periciais, com prazo de 10 dias para conclusão.