Tratar da saúde como promoção da qualidade de vida é uma das principais estratégias da população na atualidade, no entanto, o inegável da existência humana é a realidade iminente da morte.
Neste sentido, desmistificar e se deparar com a realidade da finitude da vida traz à tona a discussão dos cuidados paliativos. Para a médica Paliativista do Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA), Fernanda Romeiro, o assunto embora esteja esclarecido dentro da rede de saúde ainda é um tabu dentro da sociedade.
“Os cuidados paliativos são uma abordagem que visa promover a qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam doenças graves e ameaçadoras da vida. Este cuidado deve ser proporcionado em todas as fases da doença e locais de assistência em saúde, desde o diagnóstico, reduzindo substancialmente o sofrimento envolvido com o processo de adoecimento. É importante deixar claro, para a família, o que o paciente deseja e o que o identifica como pessoa”.
No ano passado, foram atendidos 471 pacientes pelo Serviço Atenção Domiciliar (SAD) pacientes paliativos oncológicos pelo HCAA. Para este tipo de atendimento, a equipe vai até a casa dos pacientes.
“É uma equipe multidisciplinar que atende o paciente. Além disso, a própria familia também precisa ser acolhida”.
Com objetivo de aperfeiçoar a rede de atendimento, o Hospital de Câncer de Campo Grande-MS em parceria com a Faculdade Novoeste encerra hoje (4 e 5), o Primeiro Simpósio de Cuidados Paliativos. O encontro reúne profissionais da área com formação e experiência prática.
Os princípios dos cuidados paliativos oncológicos são:
• Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia, dispnéia e outras emergências oncológicas.
• Reafirmar vida e a morte como processos naturais.
• Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente.
• Não apressar ou adiar a morte.
• Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente.
• Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte.
• Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto.