O Ministério Público Eleitoral, em Mato Grosso do Sul, instaurou um Procedimento Administrativo (PA) prevendo uma Cooperação Jurídica Internacional com as autoridades de Liechtenstein, na Europa, um minúsculo país que fica na região dos Alpes, entre a Suíça e a Áustria, considerado um paraíso fiscal.
A partir da instauração desse PA (09.2024.00005306-6), o promotor eleitoral Estéfano Rocha Rodrigues da Silva solicita a manutenção do bloqueio de ativos de contas mantidas em nome da offshore Barrio Advisors, denunciada na Operação Lava Jato.
O caso estaria ligado ao processo judicial instaurado na Justiça Federal do Paraná, no qual o ex-senador e hoje presidente do Partido Renovação Democrática (PRD-MS), Delcídio do Amaral, foi investigado por suspeita de receber propina na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, durante o governo Dilma Roussef.
Em resposta à reportagem da CBN Campo Grande, Delcídio disse que está sendo alvo de uma manobra política ao ter seu nome vinculado a esse caso.
"Essa matéria aí, ela já tinha passado pelo Ministério Público Eleitoral de Mato Grosso do Sul, que simplesmente não analisou a matéria, para conferir mais uma vez o viés criminal da matéria, para que isso voltasse para Curitiba, no Paraná. […] Isso foi articulado para me prejudicar, e o juiz da 13ª vara de Curitiba, simplesmente devolveu o processo dizendo que é a Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul quem tem que analisar", enfatizou o ex-senador.
Delcídio teve o mandato de senador cassado por causa das investigações da Operação Lava Jato. Sem citar nomes, ele afirma que, atualmente, estaria 'incomodando' alguns setores da política, já que pretende disputar a prefeitura de Corumbá. "Eu estou realmente preocupando e causando pesadelos em muita gente aí que se utiliza desse tipo de ação para prejudicar as pessoas justas e que tem mãos limpas, que não são as deles", concluiu.