A demora no atendimento e a falta de medicamentos foram algumas das principais queixas de pacientes que buscaram assistência médica nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Nova Bahia e Universitário, em Campo Grande. Entre as principais reclamações, está o longo tempo de espera para a consulta, a ausência de informações sobre a quantidade de médicos de plantão e a indisponibilidade de remédios nas farmácias das unidades.
Demora no atendimento e falta de informação
Na UPA Nova Bahia, localizada na região norte da capital, Moisés da Silva Lacerda chegou às 9h30 da manhã sentindo febre, dores no corpo e dor de cabeça. Ele aguardou cerca de uma hora para a triagem e mais duas horas até ser atendido. “É horrível. A gente depende da convenção pública, acaba perdendo tempo. Eu não almocei até agora e tive que ficar aguardando sem ter nenhuma previsão do tempo de espera“, relatou Moisés.
A merendeira Márcia Paixão da Silva, que machucou a perna após uma queda em casa, também enfrentou dificuldades. Ela chegou à unidade por volta das 10h30 e até às 12h ainda não havia sido atendida por um médico. “Só chamaram para medir os sinais vitais. O médico não está chamando ninguém. Estou até com medo, quase desistindo“, contou.
Já a aposentada Vânia Aragão teve uma experiência diferente. Com consulta agendada para as 10h, foi atendida no horário previsto e elogiou a médica que faz seu acompanhamento. “Fui muito bem atendida, só tenho a agradecer“, disse. Ela também conseguiu retirar seus medicamentos na farmácia da unidade.
Na UPA Universitário, região sul de Campo Grande, a demora também foi alvo de críticas. Terezinha Cristina chegou às 9h com intoxicação por produtos químicos e só recebeu atendimento quase quatro horas depois. “Teve uma menina que desmaiou na recepção e demoraram para atender. A gente vem procurar um médico porque precisa, não porque quer“, desabafou.
Jaqueline Pereira, que machucou o joelho, também enfrentou dificuldades. “Cheguei às 10h e até agora nada. Só mandaram esperar. Disseram que o tempo de espera na minha classificação pode ser de até três horas“, afirmou.
Já Marlene Antunes, que chegou às 9h e não foi atendida até às 12h30, desistiu e foi embora. “Hoje a demora está muito grande, tem muita gente. Normalmente são duas horas de espera, mas agora tá lotado. Eu vou ter que ir embora pra casa, quatro horas de espera está demais“, comentou.
Falta de medicamentos nas farmácias
Outro problema apontado pelos usuários foi a indisponibilidade de medicamentos nas farmácias das unidades de saúde. Segundo Terezinha Cristina, até remédios básicos, como dipirona e antibióticos, estavam em falta. “Minha filha toma remédio controlado e nunca tem. A gente depende deles e não tem nada“, criticou.
Jaqueline Pereira também já enfrentou dificuldades anteriores para retirar remédios. “O médico passou, mas não tinha, tive que comprar“, relatou.
Na UPA Nova Bahia, Márcia Paixão afirmou que a farmácia funciona, mas muitos remédios estão indisponíveis. “A maioria dos medicamentos está em falta na rede“, disse.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para obter um posicionamento sobre os problemas relatados pela população nas unidades de saúde, mas, até o fechamento dessa reportagem, não obteve resposta.