Nos últimos cinco anos, o modelo de trabalho remoto, chamado de home office, foi amplamente adotado por empresas de diversos segmentos devido à necessidade de medidas de distanciamento social durante a pandemia da covid-19. No entanto, cerca de três anos após o período mais agudo da crise, muitas empresas começam a reavaliar a produtividade dos trabalhadores que executam suas funções de forma remota.
Segundo a psicóloga e consultora de Recursos Humanos (RH), Milena Mendonça, este é um processo natural no sistema de trabalho.
“É um momento em que as empresas estão fazendo avaliações. Dá para trazer todo mundo de volta? Mas percebo também que as empresas estão fazendo isso devagar. Então, vamos começar uma vez por semana. Daqui a pouco, precisamos de duas vezes por semana. Elas estão reavaliando, inclusive por setor. Tem setor que precisa vir mais vezes na semana. Tem setor que, tudo bem, se vier menos vezes. Muitas empresas fazem isso para manter o fit cultural”, avaliou a consultora.
Questionada sobre como o trabalho em home office impacta a produtividade de cada pessoa, a psicóloga afirmou que isso é relativo e depende, inclusive, do comprometimento individual.
“A questão da produtividade envolve muitas nuances. Começa pelo quanto a pessoa está engajada na empresa. Também passa pelo quanto aquela liderança está capacitada para inspirar, porque o verdadeiro líder inspira. É muito comum termos pessoas mais produtivas trabalhando em casa do que aquelas que estão no escritório, entre aspas, fingindo que estão trabalhando só porque o chefe está ali. Então, quando pensamos sobre produtividade, ela começa muito antes da pessoa estar ali sentada. Ela está ligada ao quanto a pessoa está aderente à cultura da empresa”, explicou.
Durante entrevista ao Jornal CBN Campo Grande, nesta quarta-feira (22), Milena destacou que este momento de reavaliação do modelo de trabalho também provoca reflexos nos conflitos entre gerações de trabalhadores dentro do ambiente organizacional.