Identificar e reconhecer que o corpo está apresentando sinais de desregulação hormonal exige atenção e cuidado de cada pessoa. Essa situação é mais delicada quando se trata da saúde masculina, apontada por grande parte dos especialistas como um ponto negligenciado por essa parcela da população.
Segundo o urologista e psiquiatra, Sóstenes Maciel, isso ocorre em parte devido ao preconceito e aos tabus em relação à saúde masculina.
“Sim, ainda há muito preconceito. Eu diria que o grande volume de homens dedicados ao autocuidado, estético ou de saúde, não ultrapassa 10%. A grande maioria não se cuida”, descreveu o médico.
Conforme o médico, a reposição hormonal masculina deve ser dividida em dois grupos: o público adulto e o adolescente. No caso dos adultos, o próprio transcurso do tempo contribui para a queda hormonal. Já no caso dos adolescentes, o atraso no desenvolvimento é que pode influenciar no acompanhamento médico. Em ambos os casos, o médico destaca a necessidade de realizar os exames diagnósticos como o exame de sangue.
“A terapia de reposição hormonal tem dois enfoques: tanto para acelerar o desenvolvimento do adolescente que está atrasado, porque não está produzindo (hormônio) ou porque já nasceu com essa deficiência, quanto para o adulto que produzia normalmente, mas que, com o envelhecimento, a partir dos 30 anos de idade, começa a apresentar declínio hormonal. Geralmente, a pessoa tem hábitos normais, mas começa a perceber uma fadiga exagerada, uma indisposição exagerada, e ganho de peso. Sem motivo aparente, pode também experimentar queda no rendimento sexual, o que chama sua atenção”, explicou.
Entre os sintomas que servem de alerta para a busca de ajuda profissional em adultos, o médico destaca a fadiga, a baixa libido e a perda de disposição.
Durante a conversa, no Jornal CBN Campo Grande, desta quinta-feira (23), o urologista falou sobre as consequências mais graves da queda hormonal, o tratamento que pode durar em média de seis a oito meses e os benefícios da reposição.