Em 2012, ao ingressar no serviço público por meio de um concurso, Gilson Trajano não imaginava que sua vida tomaria um rumo inesperado. Durante o exame admissional, foi detectado um aumento nos níveis de creatinina, um indício de problemas renais. Com o tempo, a condição evoluiu, levando Gilson a enfrentar uma batalha contra a falência dos rins, que atingiu seu ápice durante a pandemia, quando praticamente perdera toda a função renal.
"Eu sentia fraqueza, ânsia, dores nas costas, até pensei que fosse Covid", relembra Gilson. O diagnóstico o levou a um ano de diálise peritoneal três vezes ao dia, até que, em outubro de 2022, recebeu um transplante bem-sucedido, concedendo uma nova oportunidade não só a ele, mas também a toda sua família. "Meu filho estava com poucos meses quando fiquei ruim, não podia nem pegar ele no colo, fiquei muito fraco. Ele queria estar perto de mim e não conseguia e isso me deixou muito triste", compartilha.
A rápida identificação de um doador compatível foi crucial para Gilson, que hoje faz um apelo em favor da doação de órgãos: "É uma nova chance de viver. O paciente que fica na máquina tem uma vida sofrida, fica muito debilitado, sem esperança", ressalta.
Em Mato Grosso do Sul, conforme dados do Ministério da Saúde, 187 pessoas aguardam por um transplante renal, enquanto no ano passado, foram realizados 30 procedimentos do tipo no estado.
A médica nefrologista Welluma Brito enfatiza a importância dos exames de rotina, destacando que muitas vezes a doença renal crônica progride silenciosamente, tornando o diagnóstico precoce fundamental.
O urologista e coordenador da Comissão de Transplantes Renais do Hospital Unimed Campo Grande, Dr. Thiago Frainer, ressalta que a saúde renal está diretamente ligada a hábitos saudáveis, como a moderação no consumo de sal, a prática regular de atividades físicas e a manutenção da pressão arterial.
"A hidratação deve ser o ponto principal para a saúde renal", afirma o Dr. Frainer, destacando a importância da atenção redobrada, especialmente em períodos de aumento de temperatura e poluição.
Diante de um cenário em que uma em cada dez pessoas apresenta algum grau de doença renal crônica, é crucial que a população esteja ciente dos sintomas e adote medidas preventivas para preservar a saúde renal e, quando possível, oferecer uma nova chance de vida por meio da doação de órgãos.
a doação de órgãos salvou a vida do Gilson. Qualquer pessoa pode ser uma doadora, basta ser maior de 18 anos, ter condições adequadas de saúde e ser avaliado por um médico para realização de exames.
Para ser um doador em vida, você pode acessar o site da Aliança Brasileira pela doação de Órgãos e tecidos (Adote) fazer seu cadastro e download do cartão de doador pelo site.
O SUS mantém um canal aberto para tirar dúvidas, o 136.