Os partidos da direita de Mato Grosso do Sul firmaram compromisso de caminharem juntos em 2026 com apoio à reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB) e na campanha presidencial. Mas alguns embaraços deverão surgir no decorrer do ano e no início do próximo, quando as definições políticas começarão a acontecer.
A disputa ao Senado pode colocar as correntes da direita em confronto. A senadora Tereza Cristina não pensa, no momento, tirar o PP da disputa por uma das duas ao Senado. Ela considera o potencial do partido para conquistar uma cadeira no Senado.
O PP aponta o deputado federal Dr. Luiz Ovando como principal nome para essa disputa. Ele é conservador e bolsonarista fora do PL. Se trata de um político leal às pautas do conservadorismo, defensor contumaz da anistia dos envolvidos do movimento de 8 de janeiro de 2023. Muitos deles já estão na cadeia, outros fugiram para Argentina, Paraguai e Estados Unidos. Eles são acusados de tentarem o golpe de Estado.
Dr. Ovando declarou, ainda, a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). É um discurso que agrada Bolsonaro e a extrema-direita.
Só que o ex-presidente Jair Bolsonaro trabalha para o PL eleger os dois senadores de Mato Grosso do Sul. O Dr. Ovando é do PP. É um desafio enorme para o ex-presidente executar o seu plano eleitoral. Bolsonaro já ungiu o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente regional do PSDB, para concorrer ao Senado. Azambuja até analisa a ideia de se filiar ao PL para usufruir do caixa forte do partido para bancar a sua candidatura. O que não falta é dinheiro do PL para a campanha eleitoral.
Bolsonaro já disse que vai escolher outro nome para chapa de senador. Quem não está gostando dessa ideia é Tereza Cristina, porque o congestionamento de candidatos da direita pode atrapalhar e muito a eleição de dois candidatos.
Mas a direita não fica só nesses nomes. O senador Nelsinho Trad (PSD) está trabalhando para garantir uma vaga nessa chapa na aliança com Riedel.
Alguém vai ficar fora da chapa, mas não do palanque. A coligação em torno de Riedel só poderá lançar dois candidatos a senador. Um deles será Azambuja. A outra vaga até poderia ser do PP. O problema é que Bolsonaro defende duas candidaturas do PL ao Senado, isso com Azambuja filiado ao partido.
Nelsinho pode ficar fora da chapa, mas não da aliança do PSD com Riedel. Ele seria candidato avulso à reeleição. A mesma coisa acontecerá com o PP se não for possível tirar da cabeça de Bolsonaro a ideia de ter dois candidatos do PL.
Tereza Cristina defende a soma de força política e não a divisão na corrida ao Senado.
O propósito de Bolsonaro é ajudar na eleição de dois senadores comprometidos com impeachment de Alexandre de Moraes. O deputado Dr. Luiz Ovando já declarou, em várias ocasiões, apoio ao afastamento de Moraes do STF. E se o impeachment é regra para ter apoio de Bolsonaro, Nelsinho Trad já assinou pedido para tirar Moraes da Suprema Corte. Só que o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do seu partido, o PSD, engavetou o requerimento sem submeter a votação do plenário.
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