Duas carretas lotadas com doações às vítimas da catástrofe no Rio Grande do Sul chegaram em Campo Grande nesta quinta-feira (9). Os produtos, pesados em 20 toneladas, foram arrecadados no município de Coxim, região norte do estado. Uma empresa de transportes rodoviários de cargas ficará responsável pela logística para que as doações saiam da capital e cheguem até os mais necessitados no RS.
A iniciativa é dos irmãos e advogados Lucas e Marina Bérgamo. Eles se comoveram diante das imagens registradas nos últimos dias de pessoas ilhadas no Rio Grande do Sul. A ação mobilizou também outros moradores da cidade e, durante três dias, mais de 100 voluntários trabalharam na triagem e no carregamento das doações.
"Eu vim com dois caminhões e já estou pronta para o terceiro, estamos trabalhando nisso em Coxim. O nosso diferencial é que conseguimos setorizar todas as doações, por roupas masculinas, femininas, crianças, bebês, águas, produtos de higiene e entre outros. Tudo já está pronto para ser entregue às vítimas no Rio Grande do Sul", disse Marina.
As carretas que trouxeram todas as doações até Campo Grande foram escoltadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante todo o trajeto de cerca de 253 km pela BR-163.
"Essa é uma das nossas funções, muito em função dessa calamidade que está acontecendo no Rio Grande do Sul. A saída foi às seis da manhã de Coxim e a chegada em torno de 11 horas da manhã em Campo Grande. E nós da PRF também estamos atuando, já foram enviados oficiais, aeronave e, desde ontem, todos os postos da PRF estão recebendo donativos também. A gente vai compilar e fazer o encaminhamento para o Rio Grande do Sul também desses donativos", afirmou o chefe da delegacia da PRF em Coxim, Rogério Barbosa dos Santos.
O descarregamento das doações em Campo Grande foi possível com a ajuda de amigos e, entre eles, estava o estudante Yohan Fagundes, que possui familiares próximos às regiões mais afetadas e fala sobre a oportunidade de poder ajudar.
"Tenho familiares que estão ilhados, familiares que estão dependendo de doações também nas cidades de Novo Hamburgo, Nova Petrópolis e Morro Reuter. Eles estão bem, já conseguiram abrigo e perderam poucas coisas, mas o que mais dificulta hoje é a questão do acesso por as estradas estarem travadas devido aos deslizamentos de terra. Então, já que não estou lá para poder ajudar, eu acho que fazer isso aqui em Campo Grande é o mínimo que eu poderia estar fazendo", diz Yohan.
Emocionado, o advogado Lucas Bérgamo falou sobre o sentimento de conseguir ajudar irmãos gaúchos, apesar da distância. "Eu senti uma necessidade muito grande de ir pra lá, mas infelizmente a gente tem trabalho né, a gente tem compromisso, não dá pra ir. É o mínimo cara, porque eles não tem nada mais, pode ser que algumas cidades não existam mais daqui pra frente. A gente vai continuar aqui, a gente tem ciência de que isso aqui é um primeiro passo porque a água ainda não abaixou e eu acho que a realidade ainda vai vir à tona e a gente ainda vai precisar ajudar muito mais", conta Lucas.
Para que as doações cheguem até o Rio Grande do Sul uma empresa do setor de transporte rodoviário de cargas está disponibilizando, de forma voluntária, motoristas e caminhões com capacidade de até 24 toneladas de carga.
"Estamos fazendo essa ação em todas as nossas filiais, inclusive Goiânia já mandou em torno de 10 a 12 carretas e nós aqui [em MS] já mandamos duas. Hoje está saindo a terceira carreta para o Rio Grande do Sul. Duas foram destinadas em locais já com endereço aonde vão ser entregues as doações para as pessoas que estão desabrigadas, e essa que está saindo hoje está indo para a nossa matriz e a nossa matriz fará a distribuição nos locais autorizados", explicou a coordenadora regional da Vitlog Transportes em Mato Grosso do Sul, Márcia Santos.
Para quem está na linha de frente das doações, a solidariedade só existe quando há amor ao próximo. "Eu consigo fazer tudo isso por ser muito amada, esse amor que vem da minha família e dos meus amigos transborda e eu consigo amar ao próximo também. Não tem como ficar de braços cruzados, agora é o Rio Grande do Sul que precisa da gente. O sentimento é de gratidão por poder fazer tudo isso", concluiu Marina Bérgamo.
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