A cotação do dólar encerrou a segunda-feira (2) acima de R$6. A alta renova a máxima histórica da moeda dos Estados Unidos no Brasil. Na coluna CBN Finanças desta terça-feira (3), o economista Hudson Garcia avaliou os fatores que têm pressionado o dólar no país.
Segundo ele, o resultado é fruto de uma combinação de fatores internos e externos que impactam diretamente não apenas a economia, mas também o orçamento do consumidor.
“Internamente, o pacote fiscal apresentado pelo governo trouxe medidas como cortes de despesas e ampliação da faixa de isenção do imposto de renda que, apesar de serem positivas, geraram preocupação no mercado quanto aos impactos no equilíbrio fiscal, o que elevou as incertezas e pressionou a cotação da moeda americana”, explicou.
No cenário internacional, Garcia destacou que tensões vindas dos Estados Unidos têm contribuído para a pressão cambial.
“O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou países dos BRICS, como o Brasil, com tarifas comerciais caso avancem no projeto de uma nova moeda comum. Isso aumentou a aversão ao risco nos mercados emergentes, contribuindo para a valorização do dólar”, afirmou.
Conforme o economista, esta valorização da moeda norte-americana tem afetado o aumento de produtos importados, eletrônicos, itens de tecnologia e até alimentos que dependem de insumos externos.