Campo Grande teve 1467 mil casos dengue registrados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Em sete dias foram registrados 416 casos suspeitos de dengue, uma média de 60 casos por dia, o que ainda é considerado um índice de baixa incidência quando analisado sem os microdados. Porém, sete regiões da capital apresentam incidência muito alta e, nestes locais, trabalhos da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais já foram iniciados para que a situação fique controlada.
De acordo com Informe Semanal da Sala de Situação de Arboviroses de Campo Grande, os sete bairros com maior risco de dengue são: Núcleo Industrial, Los Angeles, Nova Campo Grande, Mata do Segredo, Nasser, Centenário e Parati.
Na manhã desta quarta-feira (28), os agentes de controle de endemias visitaram residências na Vila Piratininga, região sul da capital, próxima ao Bairro Jardim Parati listado entre os com maior incidência de casos. Foram encontradas larvas em uma das residências e o controle foi feito no local, por isso é preciso estar atento aos recipientes que possam acumular água.
"Os mosquitos procuram lugares escondidos para colocarem seus ovos e esses ovos são extremamente resistentes e podem suportar até 300 dias sem ter contato com a água. Após o contato, geralmente após uma chuva na região, esses ovos demoram apenas de 3 a 5 dias para eclodirem. Por isso é necessários estar sempre atento aos recipidentes deixados no quintal de casa", explica o supervisor de área, Carlos Cézar Gonçalves.
A casa da dona Eunice Ferreira da Silva, de 68 anos, possui um quintal grande e, por isso, é um ponto estratégico para os agentes que atuam na região. Com as frequentes chuvas dos últimos dias os profissionais continuam visitando o local para manter o controle mas, dessa vez, nada foi encontrado.
"Eu cuido do meu quintal, eu tiro esses plásticos e cuido das águas, porque quando eu fico sem água eu uso recipientes e armazeno a água da chuva para lavar meu quintal. Quando eles vêm eu sempre deixo entrar e eles me ajudam a limpar o quintal no fundo de casa tabém, aí eu só continuo cuidando", conta dona Eunice.
O açougueiro, Eduardo Soares, mora na Vila Carvalho, mas conta que sempre que vai visitar a namorada na Vila Piratininga ajuda a manter a casa cuidada também para evitar a proliferação da dengue.
"Não pode deixar a água parada, eu tomo cuidado com pneu e ajudo a manter tudo limpo. Geralmente todo dia eu tiro um tempo para fazer isso, porque aqui eles mexem com reciclagem também, então tem que cudiar", diz Eduardo.
Ações como a de Eduardo são orientadas para toda a população pelo coordenador de controle de endemias vetoriais em Campo Grande, Vagner Ricardo Santos, que falar sobre a necessidade dos moradores continuarem atentos para evitar o pico da doença.
"É importante que a população tire pelo menos 10 minutos da sua semana para olhar o quintal, olhar aquilo que possa acumular água, porque o mosquito, em qualquer recipiente úmido, ele já coloca os ovos. É necessário eliminar o lixo doméstico, como garrafas, tampinhas, plásticos, porque isso é onde a gente tem encontrado muita água e foco. É preciso também receber o agente de endemias para vistoria no quintal e receber informações. Lembrando sempre que, quando o fumacê passar, as pessoas devem abrir portas e janelas para ter o devido efeito", afirma o coordenador.
Programação
O coordenador de controle de endemias vetoriais em Campo Grande, Vagner Ricardo Santos, também falou sobre a programação dos profissionais para os próximos dias em Campo Grande.
"Nós temos uma ação para ser iniciada agora no dia 5 de março, nós iremos para o bairro Alves Pereira e Aero Rancho com um volume maior de agentes durante um período de dez dias para fazer uma varredura, e ali a gente observa que a infestação e a notificação estão altas, então ali a gente quer eliminar o máximo possível de criadouros. Em seguida, nós iremos para a região do Lagoa, Bandeira, com três meses de ação intensificadas nessas localidades, só que simultaneamente nós temos outras estratégias em bairros de menor tamanho com uma equipe menor mas fazendo um efeito ali de retirada dos criadouros", conclui Vagner.
Imunização
A partir desta semana, a Prefeitura de Campo Grande iniciará a vacinação dos alunos das escolas da Rede Municipal de Ensino contra à dengue. O trabalho de busca ativa tem por objetivo ampliar a cobertura vacinal contra a doença no município, bem como proporcionar de maneira mais assertiva o acesso ao público-alvo. Neste primeiro momento, as ações serão concentradas em escolas situadas em regiões com alta incidência de dengue.
A primeira ação está prevista para acontecer nesta quinta-feira, dia 29 de fevereiro, na Escola Municipal Dr. Plínio Barbosa Martins, localizada no Bairro Jardim Macaúbas. A vacinação acontecerá nos dois períodos (manhã e tarde), exclusivamente para o público estabelecido pelo Ministério da Saúde na primeira etapa, que são crianças de 10 e 11 anos.
Na sexta-feira, dia 1 de março, duas escolas irão receber a ação: Escola Municipal Valdete Rosa da Silva, no Jardim Macaúbas, e Escola Municipal Coronel Sebastião Lima, no Jardim Serradinho. O cronograma prevê ainda a vacinação no dia 08 de março, sexta-feira, na Escola Municipal Fauzy Scaff, no Bairro Nova Campo Grande. As demais datas e locais ainda estão sendo definidos pela secretaria.
Nesta semana, Campo Grande atingiu a marca de 3 mil crianças de 10 a 11 anos vacinadas contra a dengue. A vacinação teve início na Capital no dia 11 de fevereiro, um dia após o município receber as doses enviadas pelo Ministério da Saúde.
A primeira remessa de vacinas com 24.639 doses do imunizante QDenga chegou no município no dia 10 de fevereiro, destinadas exclusivamente a crianças de 10 e 11 anos, conforme orientação do Ministério da Saúde. A expectativa é vacinar ao menos 90% do público previsto nesta primeira etapa, estimado em 28 mil crianças nesta faixa-etária.
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