Moradores e comerciantes da região do bairro Cabreúva convivem há mais de 30 anos com a obra inacabada do Centro de Belas Artes. O prédio, situado em um terreno de 15 mil m², teve licitação fechada na última quarta-feira (17), com interesse de sete empresas.
No entanto, conforme o secretário municipal de Infraestrutura, Rudi Fiorese, o futuro ainda é incerto. O teto de gastos previsto em licitação, segundo Fiorese, é de R$ 5 milhões. “A gente deve iniciar a obra em fevereiro, por aí, e acho que são seis meses o prazo, então vai para o final do ano”, explicou.
O autônomo, Jean Alonso, que mora na região há dois anos, disse já não ter esperança de ver a obra finalizada. Ele conta que até evita andar pela região por conta do medo de ser assaltado ou sofrer alguma abordagem violenta.
“A gente fica ilhado. Poxa, quando vai resolver isso aqui? Eu não posso sair com minha filha para vir aqui na orla. A gente tem medo de passar aqui, o pessoal usando droga”, disse.
Segundo Jean, o local já virou até ponto para prática de paintball, com solta de fogos e disparo de armas airsoft. “O melhor uso é o estacionamento onde o pessoal faz aula de autoescola. Não tem mais utilidade”, finalizou descontente.
O comerciante Paulo, que trabalha há mais de oito anos praticamente em frente a obra, afirmou que nunca teve problemas com assalto ou periculosidade, no entanto, disse que se a obra estivesse pronta a borracharia em que trabalha teria mais visibilidade e, consequentemente, mais clientes. “Obra pronta (a região) fica com mais valor, né. Até para nós, no comércio, ia vender mais pneu. Tudo que é obra é melhoria no geral, né”, opinou.
A empresa que assumir a obra terá que reformar apenas uma parte do local. Dos 15 mil m², cerca de três mil foram inclusos na licitação. O edital prevê melhorias na parte elétrica, em portas, janelas e pisos, além da pintura.
Sobre a licitação
Sete empresas concorrem à licitação para término das obras do Belas Artes, no bairro Cabreúva, em Campo Grande. O prazo para se inscrever no certame terminou na quarta-feira (17). Concorrem as empresas Predial Construções Ltda.; Orkan Construtora Eirelli; Campana e Gomes Engenharia Ltda.; Meta Construtora Ltda-EPP; Estrutural Construtora Ltda-ME; Santa Engenharia e Indústria Eireli-EPP; Karru Engenharia & Construção Eireli.