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IGUALDADE SALARIAL

Em MS, diferença entre salário de homens e mulheres recua 1,79%

Estado tem a segunda maior redução do país, mas disparidade ainda ultrapassa 25%

Estado tem a segunda maior redução do país, mas disparidade ainda ultrapassa 25% - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Estado tem a segunda maior redução do país, mas disparidade ainda ultrapassa 25% - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dados do 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgados pelo Governo Federal, apontam que a diferença entre o salário de homens e mulheres diminuiu 1,79% em Mato Grosso do Sul, colocando o estado em segundo lugar entre o que tiveram maior redução, atrás apenas do Piauí (-2,61%).

Em 2024, homens recebiam 27,11% a mais. Agora, a defasagem é de 25,32%. De acordo com o relatório, a média salarial de mulheres em Mato Grosso do Sul é de R$ 2.919,14, contra R$ 3.909,03 dos homens.

Para o secretário-executivo de Qualificação Profissional e Trabalho da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Esaú Aguiar, o recuo nas diferenças salariais reflete uma mudança estrutural em andamento.

“A redução das diferenças remuneratórias entre homens e mulheres reflete uma tendência crescente na valorização e procura natural pelo trabalho feminino. A qualificação profissional se destaca como ferramenta fundamental, pois amplia as oportunidades para as mulheres e contribui para a quebra de barreiras de gênero no mercado de trabalho”, afirma.

Segundo ele, a estratégia adotada em Mato Grosso do Sul envolve a combinação entre políticas públicas e ações transversais com o setor privado. Entre os projetos destacados estão capacitações voltadas a mulheres do campo dentro do programa MSQualifica e a oferta de cursos técnicos com cotas específicas para mulheres por meio do sistema “S” (SENAI, SENAC, SEBRAE, entre outros).

Universidades públicas também oferecem programas voltados a mulheres nas áreas de tecnologia e inovação.

No Brasil, a disparidade ainda é alta: 20,87%, com um aumento de 0,18% desde o último relatório. O fator racial também segue como um dos maiores desafios no diagnóstico nacional. Por exemplo, mulheres negras ganham, em média, R$ 2.864,39 enquanto mulheres não negras recebem R$ 4.661,06, ou seja, 38% a mais.

Em Mato Grosso do Sul, mulheres negras ganham, em média, R$ 2.551,45 e mulheres não negras recebem R$ 3.465,76. Uma diferença de 26,4%.

Quanto às unidades da Federação, o relatório revela que as menores desigualdades salariais do país estão em Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%), Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%).

Na outra ponta, estão os estados do Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%), Santa Catarina (27,96%) e Rio de Janeiro (27,82%).

Tabela demonstrando o ranking da desigualdade salaria – Reprodução/Governo Federal