Uma megaoperação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagrada na última semana resultou na apreensão de 7,6 toneladas de drogas, 93 cigarros eletrônicos, 12 veículos recuperados, 59.750 maços de cigarros, três armas de fogo e 875 munições em Mato Grosso do Sul. Além disso, 89 pessoas foram detidas e 5.872 veículos fiscalizados.
Denominada como Operação Fronteira, a ação foi realizada simultaneamente no Paraná também, e mobilizou toda a corporação do estado sul-mato-grossense, 615 policiais, com o apoio de 50 agentes de outros estados, como Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, foram apreendidos aproximadamente 12 toneladas de entorpecentes.
O superintendente da PRF em MS, João Paulo Pinheiro Bueno, explicou que a operação teve como objetivo principal “estrangular a fronteira” e fortalecer a segurança no estado, que, junto com o Paraná, é responsável por mais da metade das apreensões de drogas realizadas pela PRF em todo o país.
“A Operação Fronteira foi muito exitosa. Conseguimos atingir a nossa fronteira e proteger o nosso estado”, afirmou Bueno. Ele ressaltou a importância da ação no contexto do desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul. “O desenvolvimento só vem com a segurança pública consolidada”, completou.
O chefe da Seção de Operações da PRF em MS, Vinícius Figueiredo, destacou que a operação focou nas delegacias que fazem divisa com os países vizinhos, como Corumbá, Guia Lopes da Laguna e Dourados, e que a inteligência da PRF foi fundamental para o sucesso da ação..
“O crime organizado está sempre se especializando e procurando novos modos de operar. A inteligência da PRF foi muito importante para alavancar os resultados da operação”, disse Figueiredo. Ele mencionou que foram apreendidos cocaína em tambores de carne, cigarros eletrônicos contrabandeados e que houve prisões de “barrigueiros”, pessoas que ingerem cápsulas de cocaína para transportá-las.
Contexto e Desafios
A fronteira com o Paraguai foi identificada como a mais crítica em volume de drogas apreendidas, especialmente maconha, enquanto a Bolívia destacou-se pelo valor agregado da cocaína traficada.
Com a expectativa de aumento no fluxo de cargas e pessoas devido à implantação da Rota Bioceânica, que ligará o Brasil aos portos do Chile, Bueno alertou para a necessidade de reforçar o contingente policial.
O superintendente apontou que, apesar do curso de formação de 600 novos agentes no país, a maior parte será destinada à região da Amazônia Legal, o que limita o incremento no Mato Grosso do Sul.
“Temos 615 policiais para mais de 4.00km de rodovia, é muito pouco. Para compensar, o departamento está investindo em tecnologia. Temos um sistema de inteligência e de monitoramento muito forte. Temos cursos de aperfeiçoamento do policial, até cursos com países vizinhos.[…] Se pensarmos no Brasil todo, o efetivo nunca vai ser o suficiente”, explicou.