Apesar de serem minoria e ocuparem apenas 23% dos postos de trabalho no estado, a média salarial de quem concluiu o ensino superior é de R$ 6.573,16 ao mês. Bem maior se comparada à renda dos que não conseguiram um diploma de universidade – em média R$ 2.222,02. Os dados são do IBGE, referentes ao ano de 2022.
Segundo o Secretário Executivo de Qualificação Profissional e Emprego do estado, Bruno Bastos, isso ocorre porque a renda do trabalho está diretamente ligada ao nível de escolaridade. O problema é que nem todo mundo tem acesso ao ensino superior.
"Isso porque os cargos que oferecem maiores salários exigem no nível superior. E por que as pessoas não fazem o nível superior? A minha visão é que muitos daqueles alunos que completam o ensino médio não têm recursos, muitas vezes, para pagar um cursinho e entrar, por exemplo, por meio do Enem, no ensino público e não tem recurso também para custear um ensino superior ou privado".
A aposta do secretário para resolver essa questão é o ensino técnico. "Quem tem o ensino técnico e completou o ensino médio ganha mais do que só quem completou o ensino médio. E a ideia é que a pessoa possa, depois de conquistar um trabalho por meio do ensino técnico, custear uma faculdade, eventualmente privada, com recursos próprios, ou seja, trabalhar e fazer a faculdade".
A doutora em Educação, Ângela Costa, segue a mesma linha de pensamento, mas reforça que o ensino técnico precisa ser de qualidade. “De foma que os estudantes saíssem já com o mercado de trabalho aberto. Para isso, tem que ter uma seleção muito interessante de cursos. Quais cursos técnicos nós deveríamos ter aqui? Isso depende muito de uma pesquisa boa da secretaria [de educação], das instituições que oferecem o ensino médio”.
“O ensino médio dado até agora era um ensino que dava uma geral em todas as disciplinas, mas que não formava para absolutamente nada. Então é difícil mesmo. Quer dizer, esse ensino técnico, eu volto a falar, ele precisa ser de muita qualidade. O mercado de trabalho é cruel, ele seleciona os melhores sim”, completa a doutora.
Segundo a pesquisa do IBGE, Mato Grosso do Sul tinha 119.735 mil empresas atuando no estado em 2022. Destaque para a reparação de veículos automotores e motocicletas, comércio varejista e atividades científicas e técnicas, que são os três ramos com mais empresas em funcionamento.
O salário médio dos funcionários era de R$ 3.352. O setor que mais paga, é o de eletricidade e gás, com média de R$ 6.298,74 mensais e o que menos paga é o de alojamento e alimentação, com R$1.487,81 pouco acima do salário mínimo que está em R$1.412,00.