O desfile de escolas de samba de Campo Grande será na segunda-feira (3) e terça-feira (4) de Carnaval, com seis escolas disputando o título de campeã deste ano. Confira abaixo como será:
Segunda-feira (3)
Vila Carvalho
O samba em homenagem à matriarca da Vila Carvalho, Inês Mônica Castro, de 83 anos, promete sacudir Campo Grande, sendo a primeira escola a desfilar na segunda-feira. Desde 1969, sem faltar um Carnaval, este ano a Verde e Rosa leva para a avenida 600 integrantes. Só a bateria reúne entre 80 e 90 ritmistas.
O vice-presidente da escola, Wlauer Castro Carvalho, destaca que o reconhecimento e o carinho por Dona Inês impulsionaram toda a comunidade.
“Vai ser com muita emoção. Muito amor, muita harmonia, muita garra, muita vontade. Estamos homenageando a matriarca. A escola aderiu a esse enredo com todo amor. É o que a escola vem contando: o Amor de Mãe.”
Catedráticos
Com o som de 50 ritmistas e nos passos de 600 integrantes, a escola Catedráticos do Samba faz um convite à imaginação. A segunda escola do primeiro dia de desfile vai transformar fantasias, integrantes e arquibancada em uma linda história em quadrinhos.
De Maurício de Sousa à Liga da Justiça, da região do bairro Silvia Regina à avenida, os Catedráticos trazem uma homenagem à Gibiteca Mais Cultura. Para a fundadora da escola, Marilene Ferreira, sem dúvidas, ler, cantar e sambar é bem melhor.
“A Gibiteca é uma biblioteca de gibis. É um projeto que foi feito para fazer a criança voltar a ler, a ter mais contato com o mundo da leitura, do gibi, dos livros, das histórias em quadrinhos. Esse projeto é muito bonito, e a gente resolveu homenageá-lo.”
Escola de Samba Igrejinha
A religiosidade, o trabalho, a cultura, as belezas naturais e a garra do Quilombo Furnas do Dionísio serão contados em versos entoados por 500 integrantes da bateria da Igrejinha.
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Igrejinha será a terceira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval. Com 55 ritmistas, a escola da região do bairro São Francisco vai contar a história de Dionísio Antônio Vieira, escravo que chegou à região de Jaraguari por volta de 1890.
Cláudio Luiz de Brites integra a diretoria da escola e diz que o tema foi consenso.
“Há muito já havia esse interesse em tê-lo como tema. E este ano nós estamos realizando, porque já é natural da Igrejinha abordar temas culturais e regionais.”
Foto: Reprodução Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul
Terça-feira (4)
Escola de Samba Unidos do Bairro Cruzeiro
A mãe também é a principal homenageada da Escola de Samba Unidos do Bairro Cruzeiro, a primeira a entrar na avenida na terça-feira de Carnaval. Este ano, a escola leva para a avenida 600 integrantes e uma bateria com 58 ritmistas.
O nome do samba vem do iorubá – Ecu Ojô Ibi Oyá – que, na tradução para o português, significa “Feliz Dia das Mães”. Uma homenagem à mãe em todos os sentidos: mãe terra, mãe natureza, mãe Dona Aparecida.
Luiz Alex da Silva Guedes, carnavalesco e presidente da Escola de Samba Unidos do Bairro Cruzeiro, explica a homenagem carregada de amor, reconhecimento e desafios. O tributo também é feito a Aparecida, a embaixadora do samba, Cida do Picolé, sua mãe.
“Eu perdi a minha mãe há menos de um mês. E isso intensificou ainda mais a proposta do enredo, porque minha mãe era embaixadora do samba. A gente tem que manter o Carnaval, mas agora em nome dela. O destino reservou isso.”
Deixa Falar
O Carnaval provoca a imaginação e transforma espaços públicos em palco para histórias contadas em versos e tamborins. E a Deixa Falar, segunda escola a desfilar na terça-feira de Carnaval, traz a ancestralidade como tema deste ano.
A escola da Vila Nasser chega com 560 integrantes e 86 ritmistas para contar uma história que vai além dos livros didáticos: o amor, as conquistas e as riquezas dos povos africanos e indígenas. Orgulho para o presidente e carnavalesco da escola, Francis Fabian.
“Nós falamos de uma África mais poderosa, dos seus costumes, da religiosidade; dos índios, a mesma coisa. A importância deles, da valorização da natureza. É nisso que a gente trabalha.”
Cinderela
Também em homenagem aos que vieram antes, o enredo da Cinderela Tradição do José Abrão contará as riquezas e a cultura de Corumbá, encerrando o desfile das escolas de samba de Campo Grande na terça-feira de Carnaval.
A escola chega com 500 integrantes para, segundo o presidente da escola, Diogo Miranda, emocionar Campo Grande, homenageando seu pai, a cidade de Corumbá e os sambistas que fizeram história.
“Caiu na data da morte do meu pai, no dia 4 de março. A gente traz aquele samba que meu pai amava e vamos apresentar uma nova leitura, falando da cidade de Corumbá, da fauna, da flora.”