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SECA

Estado decreta situação de emergência para municípios afetados pela estiagem

Decreto tem previsão de duração de 180 dias

De acordo com a Famasul, a safra de soja deste ano teve uma quebra de produção de aproximadamente 17,7% e no milho segunda safra, 40,5%
De acordo com a Famasul, a safra de soja deste ano teve uma quebra de produção de aproximadamente 17,7% e no milho segunda safra, 40,5% | Foto: Reprodução/ Aprosoja

As consequências do longo período de estiagem no estado continuam impactando diversos serviços em Mato Grosso do Sul. Só na pecuária pantaneira, estima-se um prejuízo de mais de 17 milhões de reais.

Por este motivo, foi publicado na segunda-feira (21) o decreto de “Situação de Emergência” nos municípios afetados pela falta de chuva no estado. A iniciativa deve contribuir para agilizar o socorro a setores e municípios mais seriamente impactados pela seca.

Conforme estimativa da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), Mato Grosso do Sul vem enfrentando mês a mês o baixo volume hídrico no estado. Só em Setembro, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima, as chuvas ficaram abaixo da média histórica em grande parte do estado, com valores entre 0-30 mm. Os locais mais afetados foram principalmente as regiões Pantaneira, Norte e Bolsão. 

De acordo com o governador Eduardo Riedel, apesar de os próximos meses marcar a volta regular das chuvas, municípios e setores econômicos impactados pela escassez devem levar mais tempo para se recuperar.

“A gente não está numa situação confortável diante de tudo que a gente viveu. Nessa região do Centro-Sul de Itaquiraí, Eldorado e Iguatemi, os assentamentos sofreram com o resultado da longa estiagem. Então, nós tomamos ações em parceria com o governo federal e com os municípios. Pensando também no resultado da safra deste ano, que é extremamente importante para o Estado”, explicou Riedel.

De acordo com o projeto Siga MS, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul)  a soja teve uma quebra de produção de aproximadamente 17,7% e, no milho, segunda safra, 40,5%.

Além disso, os incêndios que se agravaram após essas condições extremas de estiagem, causaram um prejuízo de cerca de 1 bilhão de reais aos produtores impactados. Segundo o gerente técnico da Famasul, José Pádua, o decreto deve contribuir com a recuperação do setor.

“Já era um pleito nosso frente ao Estado para que fosse reconhecida essa situação muito difícil dos produtores rurais nesse ano de 2024, os quais enfrentaram uma seca muito severa, tiveram problemas graves, principalmente com os incêndios florestais no bioma Pantanal. Então, nós vemos esse decreto como mais uma forma, mais um instrumento de defesa dos produtores frente às suas dívidas, nas instituições financeiras públicas e privadas, e também mais um instrumento para que possam renegociar e buscarem melhores condições”.

Entre os municípios mais afetados pela estiagem está Corumbá. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá, Cássio Costa Marques, apesar do mapeamento de algumas áreas impactadas, os cálculos do prejuízo continuam sendo contabilizados.

“A nossa Defesa Civil está trabalhando junto com os produtores, tanto do setor da pecuária, para localizar as áreas, para evidenciar as áreas mais atingidas. E também junto aqui com a nossa Secretaria Executiva da Agricultura Familiar, estamos vendo também, diagnosticando, evidenciando algumas propriedades cuja situação esteja bastante precária com relação à questão da estiagem”.

A Situação de Emergência nos municípios afetados pela estiagem está prevista pelo prazo de 180 dias.