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SEGURANÇA

Estado entrega ao governo federal relatório de inteligência sobre área de conflito agrário

Documento apresentado em Brasília, ao STF e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, relata sobre a situação de tensão em Antônio João, região Sul do estado

Em Brasília, Riedel tratou sobre segurança e incêndios florestais - Foto: Reprodução/ Governo de MS
Em Brasília, Riedel tratou sobre segurança e incêndios florestais - Foto: Reprodução/ Governo de MS

Um relatório com informações do serviço de inteligência de Mato Grosso do Sul, sobre a situação de segurança na região de conflito fundiário – entre indígenas e produtores rurais – em Antônio João, foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, na quinta-feira (20) em Brasília.

Segundo o governador Eduardo Riedel, a situação foi discutida em audiência com o ministro do STF, Gilmar Mendes. Em Brasília, Riedel contou com a presença do secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, e pela procuradora-geral Ana Ali, Riedel.

"Ninguém ganha com isso [os conflitos]. É uma situação extremamente ruim para o Estado, para as comunidades indígenas, para a Polícia Militar que age em determinação da Justiça", explicou o governador.

Conforme Riedel, o assunto também já foi tratado com o próprio presidente da República durante a semana. "Conversei quarta com o presidente Lula sobre o conflito e ele reiterou o desejo de buscar soluções nessas áreas em que dois princípios constitucionais estão em conflito: o direito a propriedade, pois são títulos legais, a cadeia dominial está ok, e a demarcação de áreas indígenas por parte de antropólogos. Então vamos buscar a solução através da indenização dos proprietários nas áreas onde isso couber", conclui.

Histórico

Na última quarta-feira (18), o indígena Neri Guarani Kaiowá, de 23 anos, morreu durante um confronto com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS). Os militares cumprem a ordem judicial federal de Ponta Porã de realizar o policiamento ostensivo dentro da área em disputa. 

Segundo o Batalhão de Choque, que realiza o policiamento em Antônio João, o indígena atingido estava em uma área de mata, armado e "efetuou disparos contra as forças de segurança, atingindo o escudo protetor da tropa".

Conforme a PM, o homem tem possui diversas passagens pela polícia. Entre os registros está a participação em um latrocínio – roubo seguindo de morte – em 2015, na cidade de Antônio João. A vítima do crime morreu com um tiro na região da cabeça.