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Expectativa de seca exige ações antecipadas de manejo do fogo em MS

No estado existem 137 unidades de conservação, entre federais, estaduais e municipais. Todas as unidades precisam de um plano de manejo, explicou o gerente de unidade de conservação do Imasul

Além do Parque Estadual do Rio Negro, o Parque Rio Taquari e do Rio Ivinhema devem receber atenção especial de manejo este ano
Além do Parque Estadual do Rio Negro, o Parque Rio Taquari e do Rio Ivinhema devem receber atenção especial de manejo este ano | Foto: Reprodução/ Governo de MS

Até o momento, os prognósticos da meteorologia para 2025 são de mais um ano de seca em Mato Grosso do Sul. Uma das ações de controle do material orgânico é a realização do Manejo Integrado do Fogo (MIF).

No estado, a ação vem sendo discutida com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS)para a definição da melhor estratégia de combate aos incêndios florestais.

Leonardo Tostes Foto: Karina Anunciato

Na última semana (23), uma reunião marcou o primeiro passo para a definição de metas. Segundo o gerente de Unidade de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes, o que está sendo alinhado é a simplificação do processo e a diminuição de taxas que são cobradas para este tipo de licenciamento.

“Esta reunião com o Ministério Público é uma possibilidade de simplificar esse processo, especialmente diminuindo taxas que são cobradas para esse tipo de autorização e licenciamento. O Imasul se comprometeu a fazer um estudo de forma mais rápida possível e a fazer com que essas normas sejam aplicadas o quanto antes, a fim de que dê tempo de utilizarmos a janela que vamos ter para pôr fogo antes que venha a seca. Esses foram os compromissos assumidos pelo Imasul”, explicou.

O manejo integrado do fogo leva em consideração a autorização da queima prescrita e controlada em áreas públicas e privadas no estado entre os meses de março, abril e maio. No entanto, devido às alterações climáticas, Tostes destacou que essa janela agora precisa ser avaliada constantemente.

“Antes, a gente tinha um clima mais claro. Agora, com essa questão das mudanças climáticas, essa janela muda de períodos, e às vezes a janela é muito curta. Tínhamos um período antes, que ia de março até junho; hoje, às vezes, essa janela é de um mês ou uma semana. Muda muito rápido. As chuvas que estão acontecendo são pontuais, vêm com muita força, mas não são suficientes para trazer tranquilidade ao ambiente”.

Segundo Leonardo, para evitar tragédias maiores com os incêndios florestais nos próximos meses, num dos espaços mais importantes de conservação do estado, no Parque Estadual do Rio Negro, a expectativa é de que seja realizada a queima prescrita, na primeira semana de abril. Conforme o gerente de conservação, o manejo do fogo é uma das formas mais eficientes para evitar o fogo de turfa no Pantanal.

“Nós temos no nosso estado três biomas conhecidos: Pantanal, o Cerrado e a Mata Atlântica no Sul do estado. E o fogo convive muito bem, principalmente com o Cerrado e o Pantanal. Quando essa massa começa a crescer, a juntar, a tendência é que ela vá criando aquela biomassa, e a gente chama muito de fogo de turfa. Então, a vegetação fica tão profunda que, quando vem o fogo, ele continua queimando por muitos e muitos meses […] quando a gente faz a queima prescrita, nós diminuímos aquela biomassa e trazemos uma possibilidade de o ambiente não sofrer um impacto tão grande”.

Nesta segunda-feira (27), em Campo Grande, foi realizada uma oficina para debater subsídios para a revisão do plano de manejo do Parque Estadual do Rio Negro. De acordo com Tostes, este é o primeiro encontro realizado no estado para tratar do assunto.

“A gente considera que foi muito satisfatório, uma vez que ontem reunimos instituições, empresas privadas, órgãos do governo do estado que possuem ações dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro. São mais de 1.520 ações acontecendo lá e, às vezes, elas estão de forma separada. Então, nossa proposta era integrar essas ações dentro de um planejamento e incluir isso no nosso plano de manejo do parque”, explicou.

No estado, existem 137 unidades de conservação, entre federais, estaduais e municipais. Mato Grosso do Sul faz a gestão de 10. Todas as unidades precisam de um plano de manejo.

“O que estamos fazendo é incluindo no plano de manejo do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro um capítulo específico para o plano de manejo integrado de fogo. Outras unidades vão receber esse plano também, como o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, que é uma preocupação do estado, e o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema. São parques que nos preocupam e que todo ano têm ações lá dentro. São grandes parques e têm registros de fogo anualmente”, frisou.

Acompanhe a entrevista completa: