Depois de mais de um mês, a filiação do vice-governador de Mato Grosso do Sul, Barbosinha, e do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, no PSD, ainda gera mistério até para cúpula do partido.
Nem o presidente regional do PSD, senador Nelsinho Trad, sabe direito da finalidade da entrada desses dois líderes na legenda. Pode até soar estranho do próprio dirigente partidário não saber sobre os efeitos dessa filiação, mas foi o que ouvi.
"Não sei mesmo. Me pediram para colocar o Barbosinha e o Verruck no partido e eu disse: ponha aí", justificou Nelsinho. Os dois foram colocados no partido e Nelsinho vê sinais de Barbosinha ser o candidato a prefeito de Dourados.
O fato de ele não assumir o governo durante a viagem do governador Eduardo Riedel aos Estados Unidos já é um sinal claro da preservação do seu nome para a sucessão em Dourados. Se Barbosinha assumisse o comando do governo, estaria inelegível.
Por ser vice, e com plano de disputar a prefeitura, ele estaria impedido legalmente de dirigir o Estado após seis meses antes das eleições.
O senador não estaria envolvido nas articulações dessa candidatura como dirigente partidário, mas analisou a situação como indicativo de que Barbosinha poderá ser chamado para concorrer as eleições.
Quem está cuidando disso é o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente regional do PSDB, que lançou a pré-candidatura do ex-deputado estadual Marçal Filho para concorrer às eleições municipais em Dourados.
E, na eventualidade de Marçal tropeçar e cair nas pesquisas, Barbosinha será convocado para entrar no jogo. O governador Eduardo Riedel também está acompanhando esse movimento bem de perto por sua ligação com Barbosinha. O vice é hoje o seu braço direito no governo e na atuação política.
Nelsinho deixou nas mãos de Azambuja e Riedel a definição da indicação de Barbosinha.
Outro enigma é a filiação de Jaime Verruck. Questionado sobre o papel de Verruck no PSD, Nelsinho não soube explicar. Disse que Azambuja e Riedel não entraram em detalhes. "Não sei o que Verruck vai ser. Mas ele pode ser alguma coisa".
Essa alguma coisa pode ser vice do Beto Pereira (PSDB) na disputa pela Prefeitura de Campo Grande ou mesmo um plano B na corrida eleitoral. A estratégia dos cardeais tucanos é construir uma chapa de políticos do mesmo time.
Por isso, da filiação de Verruck ao PSD. O vice geralmente é indicação de partido aliado. Neste caso, a cúpula tucana poderia escolher um vice de Beto do mesmo grupo, mas filiado a um partido aliado.