Logo na entrada, o vitral típico de uma estação de trem francesa indica que uma viagem vai começar. É justamente essa a proposta da exposição: uma viagem pelas obras de Vincent Van Gogh. Tudo começa em um labirinto onde os visitantes caminham imersos pelas pinturas do artista holandês. O percurso ainda conta com um hall biográfico e até mesmo com uma estátua do pintor. Mas não vamos nos apressar, por que a jornada ainda é longa.
A exposição, que já passou por outras 13 cidades do país e vendeu mais de 600 mil ingressos, chegou no sábado a Capital Morena e está instalada no Shopping Campo Grande. A atração marca a abertura das comemorações do aniversário de 35 anos do empreendimento. Segundo a gerente de marketing do shopping, Gabriela Alves, a ideia é proporcionar uma experiência marcante para o público. “Para a gente, é muito importante que o público venha poder ter esse acesso e criar essa memória afetiva junto com o shopping e junto com a exposição como um todo”.
Já foram vendidos mais de 10 mil ingressos até o momento e a expectativa é de que 40 mil pessoas passem pelos 8 ambientes da exposição. Segundo o organizador Davi Telles, o espaço tem como diferencial a junção da arte com a tecnologia.
“A gente simula um belíssimo vitral de uma estação de trem francesa. Só que não é qualquer vitral, é um vitral interativo em que o visitante escolhe ali uma das obras de Van Gogh e muda, ele como diretor de arte, todo o cenário de luminotécnica […] Van Gogh é notabilizado como um artista plástico que deu movimento a quadros estáticos. A gente parte do pressuposto de que nós, mais de 100 anos depois de Van Gogh, podemos fazer, de fato, esse movimento acontecer. A partir de tecnologia, a partir de videografismo, a partir de técnicas que concedem, primeiro, amplitude a obras que normalmente são menores, segundo, movimentos aquilo que normalmente é estático. E terceiro, efeitos. Cintilar estrelas, rodopiar elementos, fazer as ondas se mexerem, as luas rodarem”.
E as estrelas citadas por Davi, são o destino final dessa viagem. Um mega-atêlier que exibe as principais obras de Van Gogh nas paredes e até mesmo no chão. Cada uma das 9 cenas, projetadas com uma qualidade de mais de 130 mil pixels, retrata uma pintura diferente. E é claro que a famosa “Noite Estrelada” é um dos destaques. “360 graus de superprojeções, paredões de mais de 5 metros de altura, um piso todo projetado em altíssima resolução. E claro, você com o videografismo, com tecnologia de última geração, oferecer movimentos, oferecer amplitude, oferecer efeitos a obras de Van Gogh. É onde pessoas acabam sendo mais impactadas”, afirma Telles.
Além das imagens, o som e até mesmo o cheiro são cuidadosamente escolhidos para agregar a experiência dos visitantes. “Nossa trilha sonora é muito bem pensada. A gente envolve sonoplastas sensíveis, que fazem uma pesquisa para despertar essa curva de sentimentos e emoções nas pessoas. Lançamos mão do trabalho de musicoterapeutas, validamos essa escala de emoções com pessoas que trabalham com isso. Um espaço como esse tem que receber bem os visitantes de todas as maneiras possíveis, então é claro que a gente tem os nossos cheirinhos sigilosos, secretos, que dão também uma sensação toda especial a esse local para tentar fazer com que o complexo seja o mais sensorial possível”.
Cada sessão de visitas dura em média 40 minutos. A princípio, a Exposição segue o dia 12 de maio, mas se a adesão do público continuar crescendo, a estadia de Van Gogh e Impressionistas em Campo Grande pode se estender.