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Fiasco do PT nas urnas pode ruir plano de eleição de um senador em MS

Partido teme virar nanico no Senado em 2026 quando a maioria dos integrantes da bancada terá mandato encerrado

Adilson Trindade, colunista de política da Rádio CBN Campo Grande - Foto: LSSCom/CBN-CG
Adilson Trindade, colunista de política da Rádio CBN Campo Grande - Foto: LSSCom/CBN-CG

O deputado federal Vander Loubet é um petista agarrado da esquerda à direita em Mato Grosso do Sul para fortalecer o seu projeto de se eleger senador.

As eleições municipais poderiam oxigenar o seu projeto, mas o PT não colabora. O partido, pelas previsões das pesquisas, pode ser afixiado pelos candidatos de centro e direita na disputa pelas prefeituras dos maiores municípios.

Outro ingrediente que pode atrapalhar o plano do PT de fazer Vander senador numa aliança com PSDB é o ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado federal estava com conversa adiantada de concorrer ao Senado numa dobradinha com o ex-governador Reinaldo Azambuja, chefão do PSDB, em troca do apoio do PT à reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB).

Só que essas conversas poderão ficar só nas conversas, porque Azambuja será o candidato do Bolsonaro ao Senado. Esse acordo levou o PL a se afastar da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), para apoiar a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) a prefeito. 

Uma aliança fatal para o plano do PT de eleger um senador com apoio dos tucanos. Os petistas não terão espaço no palanque recheado de bolsonaristas. 

Outro fator preponderante na eleição para o Senado é o desempenho da deputada federal Camila Jara na disputa pela prefeitura da Capital. Ninguém esperava uma vitória da Camila, uma líder emergente dentro do PT, mas um posicionamento melhor nas pesquisas. A previsão é de Camila obter, pelo menos, de 15% a 20% dos votos válidos para dar um pouco de musculatura eleitoral à pré-candidatura de Vander ao Senado.

Tudo indica que Camila não atingirá esse índice, devido à forte concorrência dos candidatos da direita e apoiados pela direita. Beto Pereira, por exemplo, nunca foi de direita. O seu pai, ex-senador Valter Pereira, sempre foi de esquerda. Só que Beto migrou para o centro e hoje é ligado à direita de Bolsonaro. É o dinamismo da política em ação de acordo com a conveniência político-eleitoral.

A prefeita Adriane Lopes é uma candidata declarada de direita e a Rose Modesto (União Brasil) está em um partido de direita. E ela é a opção do PT no segundo turno. Antes, os petistas admitiam se aliar ao PSDB. Mas com a parceria com Bolsonaro tudo mudou. Melou o plano do PT.

E a meta de Bolsonaro é eleger senadores em todos os Estados comprometidos em apoiar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.