Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que o total de incêndios registrados desde o início deste ano em Mato Grosso do Sul é de 2.742 focos.
Nesses quase seis meses de 2024, o número de focos já é superior ao registrado durante os 12 meses nos anos de 2014 (2.214 focos), 2018 (2.380 focos) e 2022 (2.368).
O bioma Pantanal tem sido o mais atingido pelos incêndios florestais. O município de Corumbá lidera o ranking nacional das queimadas com 1.362 focos de calor registrados até agora, o que corresponde a 49% do total de queimadas no estado desde janeiro.
Nesta quarta-feira (19) as chamas destruíram parcialmente uma ponte de madeira sobre o Rio Negro, na MS-228, na Estrada Parque, a 5,5 quilômetros do Porto da Manga em direção à Curva do Leque, no pantanal sul-mato-grossense.
Na mesma região, outras duas pontes de madeira ficaram expostas ao fogo, mas os bombeiros conseguiram impedir que as chamas atingissem as estruturas. Equipes das bases avançadas da região de Coxim, norte do estado, foram remanejadas para o local com viaturas Auto Tanque (AT), uma viatura Auto Bomba Tanque Florestal (ABTF) e duas camionetes equipadas com kit pick-up e sopradores.
"A ponte que foi afetada é a primeira, após o Porto da Manga, as outras duas as equipes conseguiram desviar o fogo, e proteger. Esses militares continuam na região para manter a proteção das outras pontes. Fizeram o controle desse incêndio, parcial nesta ponte, mais da metade da estrutura ainda restou”, disse o cabo Marcos Felipe.
E as chamas avançam em direção à BR-262, principal acesso ao bioma e ao município de Corumbá, com risco do fogo se alastrar para a rodovia.
“Estamos no local desde ontem, às 19h, e agora são traçadas estratégias de combate, porque o local onde o fogo está é de muito difícil acesso”, afirmou o bombeiro.
Os incêndios no Pantanal Sul completam 79 dias. Somente nas últimas 48 horas, o Inpe registrou 173 novos focos de calor no bioma, uma média de quatro novos focos por hora. E o combate às chamas tem sido extremamente difícil por conta dos ventos fortes e do clima seco que, segundo os bombeiros, reacendem vários focos minutos após terem sido apagados. Outro problema enfrentado pelas equipes no pantanal é a falta de navegabilidade nos rios, que estão com baixo nível de água.
"Dificulta o acesso, aumenta o tempo resposta e a progressão do incêndio. Com isso, o fogo ultrapassou a Estrada Parque, e estava seguindo rumo ao Rio Miranda. A equipe em solo tentou interceptar e extinguir antes de chegar na BR-262", afirmou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais no Estado.