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OPERAÇÃO PANTANAL

Formação de redemoinho de fogo intensifica propagação de incêndios em MS

Fenômeno foi registrado durante combate às queimadas em Costa Rica, região Norte do estado 

Redemoinho de fogo em MS - Foto: Reprodução/ Governo de MS
Redemoinho de fogo em MS - Foto: Reprodução/ Governo de MS

A estiagem severa e outros eventos climáticos que ocorrem em Mato Grosso do Sul tem contribuído para aumentar a intensidade dos ventos e, inclusive, a formação de redemoinhos. Esta constatação, em tempos em que Pantanal sofre por conta dos incêndios florestais pode tornar o cenário ainda mais difícil para o combate às chamas. Este foi um dos assuntos abordados na live semanal da Operação Pantanal 2024, realizada, nesta quinta-feira (12) em Campo Grande.

Segundo a diretora de proteção ambiental do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Tatiane Inoe, além das características do solo pantaneiro, a intensidade da propagação do fogo – em todos os biomas no estado –  está sendo potencializada pela formação de redemoinhos. O fenômeno adiciona maior dificuldade na progressão do combate aos incêndios.

A partir deste final de semana, de acordo com a coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima, Cemtec/MS, meteorologista Valesca Fernandes, a expectativa é o avanço de uma frente fria que deve contribuir de forma moderada com a redução dos pontos de queimadas. 

“A previsão é de período de fogo extremo até domingo (15), mesmo com a chegada de uma frente fria. “Entre sábado (14) e domingo (15) a gente tem a tendência de uma frente fria no Estado, que deve provocar aumento de nebulosidade, com probabilidade de chuva e queda de temperaturas. Os índices de umidade relativa do ar vão melhorar bastante, devem ficar entre 50% e 70%. Mas é só um alívio, porque as condições de fogo voltam a ficar favoráveis em seguida”, explicou Valesca.

Nos últimos dias, todo o estado foi tomado por uma densa fumaça que contribui para a piora na qualidade do ar.

“Imagens de satélites mostram a fumaça encobrindo o país e outros países vizinhos. Isso é provocado pela corrente de vento que transporta calor e fumaça por vários quilômetros. Essa fumaça misturada com a poeira, que a gente chama de material particulado, é o que piora a qualidade do ar. Amanhã a situação deve piorar. E nos próximos dias, caso a previsão se concretize, pode contribuir para a ocorrência de chuva preta”, afirmou a meteorologista.

Só este ano, já foram registrados 7.129 focos de queimadas no estado, de acordo com os dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O número é 41,5% maior que a quantidade registrada em 2020, considerado o pior período de queimadas no bioma pantaneiro.

Durante a live também foi informado que a partir do dia 15 de setembro a Defesa Civil do estado vai realizar a segunda etapa da Missão Humanitária voltada ao atendimento das comunidades pantaneiras. A expectativa é de que 450 pessoas sejam atendidas com  alimentação, água e remédios.  Uma iniciativa de socorro à população ribeirinha.