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Na Alems

Frente Parlamentar é instaurada para acompanhar as obras da Rota Bioceânica

Autoridades políticas estiveram na Assembleia nesta quinta-feira (20) e deram informações sobre o andamento das obras, e falaram da importância do novo corredor rodoviário para o estado

Frente Parlamentar é instaurada na Alems para acompanhar as obras da Rota Bioceânica - Foto: Luciana Nassar/Alems
Frente Parlamentar é instaurada na Alems para acompanhar as obras da Rota Bioceânica - Foto: Luciana Nassar/Alems

Foi criada na tarde desta quinta-feira (21), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), uma Frente Parlamentar para o Acompanhamento da Implantação da Rota Bioceânica. o evento contou com a participação de autoridades políticas do estado e do país, que deram mais detalhes sobre o andanmento dos trabalhos e a importância da rota para Mato Grosso do Sul.

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário que integra quatro países e promove a ligação do Oceano Atlântico aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile. O projeto permite maior competitividade internacional, reduzindo o trajeto das exportações em cerca de oito mil quilômetros e diminuindo o tempo de viagem em até duas semanas, facilitando a destinação de produtos aos mercados da Ásia e Oceania.

Os trabalhos estão a todo vapor durante os mais de 2 mil quilômetros do corredor bioceânico e o deputado estadual, Zeca do PT, vai coordenar a frente parlamentar constituída por outros 20 deputados. Ele tem a expectativa de que sejam feitas reuniões mensais para acompanhar os trabalhos da rota e fala quais a preocupações que serão acompanhadas no decorrer das obras.

Deputado estadual, Zeca do PT

"Quando concluída, a Rota vai trazer inúmeros benefícios, evidente que, no rastro disso, vão ficar problemas de ordem ambiental, de exploração de menores no trabalho e de exploração de mulheres, e a gente tem que acompanhar. E é papel também da Frente Parlamentar, analisando esses diferentes aspectos, poder se associar às universidades e trazer elas para dentro da Assembleia, como a Uems, que já possui um estudo sobre esse tema", explicou o parlamentar.

O evento contou ainda com a participação do ex-presidente do Brasil, Michel Temer e o ex-presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez. 

Ex-presidente, Michel Temer, durante coletiva

"Eu diria até que é um projeto ousado de atravessar todo um continente, é um fato extraordinário para o Brasil e particularmente para Mato Grosso do Sul, daí a importância da Frente Parlamentar criada. Ainda pouco eu fiquei sabendo que as terras, que fazem parte da rota, daqui até Carmelo Peralta já cresceram de preço, isso é muito bom. E será uma rota turística extraordinária, porque vai incentivar o turismo entre Brasil e Paraguai", destaca Temer, que se disse surpreso com a obra.

O ex-presidente paraguaio, Marito, destacou os diversos benefícios que a rota bioceânica traz para o Brasil e os países e regiões que estão envolvidos.

"Esta rota, este corredor bioceânico, que une o oceano atlântico com o pacífico, vai

Ex-presidente do Paraguai, Marito

mudar para sempre a configuração logística de nossa região. Somente entre Paraguai e Mato Grosso do Sul são exportadas ao redor de vinte milhões de toneladas de soja, que hoje têm que sair pelo canal do Panamá. Mas dentro de dois anos vão chegar através do corredor bioceânico ao porto do Pacífico. E vamos chegar ao mercado asiático de uma maneira muito mais competitiva, com menos custos de logística", afirma.

A Rota tem conclusão prevista para o primeiro semestre de 2025, mas o governador do estado, Eduardo Riedel, conta que a atração econômica do projeto já tem surtido resultado em Mato Grosso do Sul.

"É uma janela de abertura gigante do ponto de vista comercial para Mato Grosso do Sul, parte do Centro-oeste e para os países que a rota atravessa. A expectativa da Rota já tem atraído muitas missões que vem do Paraguai, do Chile e da Argentina para cá e nós também vamos a esses países. O Chile abriu um escritório comercial aqui em Campo Grande, esses dias também recebemos uma missão de Filadélfia buscando o mercado de lacteos, as empresas logísticas estão se movimentando e Porto Murtinho passa por uma trasnformação de investimento, tudo isso e a rota nem está pronta ainda", conta Riedel.

E a Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet, também esteve presente no evento e ressaltou que a Rota Bioceânica de Mato Grosso do Sul servirá de exemplo para outras rotas que estão por vir no Brasil.

Ministra Simone Tebet na Alems

"No nosso ministério, nós temos um grupo de trabalho que vai entregar, já agora no final de outubro, todas as possíveis rotas bioceânicas que ligam os estado fronteiriços do Brasil aos estados vizinhos. E o exemplo que nós estamos levando é a rota bioceânica que liga Mato Grosso do Sul ao Paraguai. O estudo está quase pronto e nós temos a possibilidade de mais três rotas bioceânicas, uma pela Guiana voltando pelo Panamá, a do Rio Grande do Sul que faltam apenas investimento e a lguma coisa em Rondônia, via Acre", ressalta a ministra.

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