O Comitê Cívico Pró Santa Cruz colocou em prática o bloqueio da fronteira da Bolívia com o Brasil, além de manifestações em diversas cidades no Departamento de Santa Cruz, nesta sexta-feira (4). O paro, como é chamado, acontece pelo período de 24 horas. Na região de Corumbá, um dos reflexos é a paralisação total do comércio exterior, que movimenta ao menos 300 caminhões diariamente.
Essas transações comerciais internacionais já estão sendo afetadas por conta da operação-padrão da Receita Federal, que ocorre desde final de dezembro de 2021. A liberação de importação e exportação está demorando cerca de 15 dias, pelo menos, quando o normal ocorre em até dois dias.
Esse atraso está formando filas de centenas de caminhões no pátio do Porto Seco de Corumbá, bem como do lado boliviano. São mais de 400 caminhões parados aguardando liberação.
Com essa paralisação de 24 horas na sexta-feira, a importação e exportação sofrerão novos atrasos. Os caminhões que chegam à região de Corumbá e Puerto Quijarro neste dia 4 terão de aguardar três dias a mais para darem entrada na solicitação de atravessar a fronteira. Aos finais de semana, a Receita Federal não atua para dar entrada no processo burocrático.
A manifestação ocorre porque os comitês cívicos do Departamento de Santa Cruz alegam que o governo federal boliviano está perseguindo opositores. Os comitês são instituições políticas na Bolívia que reúnem setores da sociedade civil e há eleição para escolher os presidentes desses órgãos. Em documento do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, os órgãos solicitam que haja uma atualização do sistema do judiciário na Bolívia.
O paro começou a ser discutido em fevereiro em assembleia realizada no dia 23 do mês passado deliberou sobre o protesto. Participaram desse encontro líderes cívicos, de grêmios, médicos, transportadoras, empresários. Os manifestantes criticam processos judiciais que a ex-presidente Jeanine Áñez responde, além do presidente do Comitê Pro Santa Cruz, Rómulo Calvo. Jeanine é apontada por atuar em ação que derrubou o ex-presidente Evo Morales. O atual governo boliviano, do presidente Luís Arce, é do partido MAS, que Evo é filiado.