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Fronteira com a Bolívia sofre nova pressão com aumento da crise do combustível

Bolívia enfrenta uma das piores crises de abastecimento de sua história - Foto: El Deber
Bolívia enfrenta uma das piores crises de abastecimento de sua história - Foto: El Deber

A região fronteiriça do Brasil com a Bolívia está mergulhando em uma crise por conta da falta de combustível que está atingindo a região de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, que ficam próximas a Corumbá. As filas para abastecimento nos postos dessas cidades vem ficando cada vez maiores, bem como já ocorre de alguns postos não terem combustível disponível. O governo boliviano também admitiu nesta segunda-feira (10) que não vai conseguir atender a demanda do mercado interno.

Ainda não há dados disponíveis, mas esse cenário de obstáculos na Bolívia pode favorecer o mercado de venda de combustíveis em Corumbá e Ladário. Já é possível ver veículos com placas bolivianas abastecendo no Brasil. Um outro reflexo desse contexto é que o mercado internacional entre os dois países pode sofrer um baque, pois os caminhões que transportam as importações e exportações podem ter dificuldade para realizar viagens, principalmente para a região de Santa Cruz, principal região econômica da Bolívia.

Outro reflexo é que estão ocorrendo protestos de moradores por conta da falta de combustível. Na região de Puerto Suárez, uma manifestação começou nesta terça-feira (11) e houve fechamento de trecho da rodovia Bioceânica, na Bolívia, pela Federación Regional de Trabajadores de Educación Urbana. Esse bloqueio deve durar 24 horas. Além do protesto em Puerto Suárez, que está menor, há bloqueios já identificados pelo governo boliviano na região de Concepción, que é caminho para acessar o Brasil, via Corumbá. Esse protesto foi iniciado na segunda-feira (10).

O comunicado oficial sobre o cenário de combustível no país vizinho foi feito pelo presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Armin Dorgathen, em comunicado oficial para a imprensa. “A livre importação é algo que já foi solicitado e que faz alguns meses que já vem sendo realizada no país. É muito importante para gente o setor mineral porque ajuda na geração de divisas. Então, é uma solução temporal que estamos oferecendo”, explicou Dorgathen, ao mencionar a possibilidade importação de combustível por empresas.

O setor de mineração mencionado pelo presidente da YPFB, estatal semelhante a Petrobrás, tem também presença na região fronteiriça. Em fevereiro, o governo boliviano inaugurou a siderurgia de Mutún, que fica em Puerto Suárez. Porém, uma das expectativas da Bolívia é que a hidrovia Paraguai seja utilizada para realizar o transporte dessa produção para a exportação, passando por Corumbá e seguindo até a Argentina pelo rio Paraguai.