Registros de furtos de fios de cobre viraram rotina na capital. Esse tipo de crime causa prejuízo morador e comerciante campo-grandense e ao erário municipal. Somente em relação aos semáforos de trânsito, as perdas alcançaram R$ 1,6 milhão, contabilizando 700 ocorrências registradas desde 2019.
Uma ouvinte do Jornal CBN Campo Grande, relatou no programa desta segunda-feira (22) que uma residência que ela tem pra alugar sofreu inúmeros furtos de fios de cobre. “Não estou conseguindo fazer a religação de luz porque alguém roubou todos os fios de dentro da casa. Eu coloco os fios pela manhã e quando os técnicos chegam a tarde já não tem mais fio. Infelizmente é difícil, o prejuízo fica com a gente e os fios são vendidos”, relatou a ouvinte.
A necessidade de regulamentação de legislação municipal, que ajudaria a coibir os crimes, é uma das urgências cobradas durante a Audiência. Já estão em vigor a Lei Municipal 6.436/20, do ex-vereador João César Mattogrosso, e a Lei Complementar 457/22, dos vereadores Coronel Villasanti e Tiago Vargas, que dispõe sobre a atuação das empresas do ramo de sucata, ferro-velho, desmanche, comércio de peças usadas e congêneres. A norma prevê multa de até R$ 10 mil por infração cometida.
Para outro ouvinte do Jornal CBN Campo Grande, o receptador dos fios furtados é o principal culpado. “Não há quem roube se não há quem compre. Se o receptador tem o fio derretido, ele tem que ser punido”, frisou o ouvinte.
De acordo com o diretor do departamento de polícia da capital, delegado Wellington de Oliveira, a polícia tem trabalhado para coibir esse tipo de crime. “A polícia civil tem trabalhado em identificar através de análise criminal os locais onde há compra e venda de fios de cobre e também locais onde estão ocorrendo esses furtos de fios de cobre. […] Uma vez o fio derretido, fica difícil de identificar a procedência desse fio. A justiça tem entendido que através dessa não-identificação, você não consegue manter esses criminosos na cadeia”, destacou o delegado.
Durante a audiência, o diretor de trânsito da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, Sidnei Oshiro falou do impacto no dia a dia e apresentou dados sobre os prejuízos. Os crimes aumentaram desde 2019, quando 3.180 metros de cabos foram furtados. No ano de 2021, foram 17.629 metros furtados. Desde então, foram R$ 1,6 milhão de prejuízos acumulados, somando ainda as perdas com controladores de trânsito dos semáforos que passaram a ser furtados. Há ainda mais de 700 boletins de ocorrência elaborados. “Temos ainda prejuízos que não podem ser mensurados, como os problemas no trânsito que podem resultar em vítimas”, disse.