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SEGURANÇA PÚBLICA

Furtos e roubos de celulares podem ter ligação com o crime organizado

A cada duas horas, um celular é roubado ou furtado em Mato Grosso do Sul

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Dados recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que em Mato Grosso do Sul o número de furtos de celulares aumentou 3,5%, comparando os anos de 2022 e 2023. Em contrapartida, o número de roubos de aparelhos apresentou queda expressiva de 14% considerando o mesmo comparativo.

Em números gerais, Mato Grosso do Sul apresenta a terceira menor taxa de roubos/furtos de celulares do país, ficando atrás apenas da Paraíba e do Rio Grande do Sul

O anuário destaca que a maioria dos casos de roubos e furtos de celulares em Mato Grosso do Sul ocorre em via pública. A nível nacional, observa-se que tais crimes são mais frequentes no período noturno, tornando a segurança das pessoas nas ruas uma questão ainda mais delicada.

A manicure, Tatiana Regina Bernardo, vivenciou um desses momentos de violência. "Eu estava no serviço, aguardando o motorista de aplicativo, quando dois homens em uma moto se aproximaram. Eu tentei proteger minha bolsa, mas por um problema no ombro, não consegui segurar o celular. Eles o levaram, e fiquei com a sensação de impotência. Acredito que o aparelho tenha sido trocado por drogas, pois não valia muito", relembra Tatiana.

Muitos compartilham da visão de Tatiana, acreditando que esses crimes estão relacionados ao tráfico de drogas. Contudo, especialistas alertam que a realidade pode ser ainda mais preocupante. A doutora em psicologia Mônica Leimgruber, que pesquisa organizações criminosas, destaca que "os furtos e roubos de celulares são, muitas vezes, cometidos por indivíduos ligados a facções criminosas. Esses aparelhos são usados dentro do sistema prisional para ordenar outros crimes, principalmente através de aplicativos de mensagens".

Leimgruber explica que Mato Grosso do Sul é um estado estratégico para as facções criminosas, e que muitos dos crimes cometidos fora dos presídios têm origem nas ordens dadas de dentro das prisões. "Os celulares roubados ou furtados acabam se tornando ferramentas valiosas para esses grupos, facilitando a comunicação, o comando de atividades ilícitas e o planejamento para crimes maiores", acrescenta.

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