O final de semana foi marcado por reuniões entre representantes dos governos estadual e federal com a participação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), da Defensoria Pública e do Tribunal de Justiça (TJMS).
A mobilização das autoridades ocorre após a divulgação de mensagens de áudio enviadas pela jornalista Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio na última quarta-feira (12), em Campo Grande, expondo falhas no atendimento recebido na Casa da Mulher Brasileira, onde buscou ajuda para se proteger do ex-companheiro.
No sábado (15), o Ministério das Mulheres enviou uma comitiva para a capital sul-mato-grossense para apurar a situação. Uma reunião emergencial foi convocada com a presença das policiais responsáveis pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), as delegadas Elaine Benicasa, titular da Deam, e Analu Ferraz, adjunta.
A reunião foi realizada nesse domingo (16) na Casa da Mulher Brasileira e durou três horas e meia. Participaram também representantes do MPMS, da Guarda Civil Metropolitana; da Defensoria Pública, da secretária-executiva da Mulher, Angélica Fontanari, e da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Iacita Azamor.
Um relatório foi enviado à Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que também virá à Campo Grande nesta semana. Os detalhes do documento ainda não foram divulgados.
A equipe do Ministério das Mulheres, coordenada pela ouvidora Graziele Carra Dias, apura falhas no atendimento da Deam prestado à Vanessa antes de ser morta a facadas pelo ex-companheiro, dentro da própria casa. O autor do crime, Caio César Nascimento Pereira, de 35 anos, foi preso em flagrante.
Ainda no final de semana, na noite desse domingo, o governador Eduardo Riedel realizou uma reunião com a participação de vários secretários de Estado; do delegado-geral da Polícia Civil, Lupérsio Degerone; do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Dorival Renato Pavan; da desembargadora Jaceguara Dantas Da Silva, que lidera a campanha #TodasPorElas, e do procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) Romão Ávilla Milhan Junior.
“Importante registrar que as instituições estão mobilizadas, e esse é o primeiro passo, todos convergentes em uma mesma ação para que consigamos em um curto prazo fazer diferente. Se o modelo posto não tem gerado o resultado esperado, a gente tem que mudar o modelo“, destacou o governador Eduardo Riedel.