O helicóptero prefixo PT-HBM, que caiu nesta quinta-feira (18), em Campo Grande, já pertenceu ao narcotraficante colombiano Juan Carlos Abadía, considerado pela polícia dos Estados Unidos como o segundo homem mais perigoso do mundo, no início dos anos 2000. Foi acusado de ter ordenado mais de 150 assassinatos, tendo confessado a maioria em juízo.
Abadía se tornou o maior fonecedor de drogas para os EUA. Enviava aviões carregados com cocaína a partir da Colômbia com destino a pistas clandestinas no México. Ele chegou a enviar até 15 aeronaves numa única noite.
O helicóptero usado por Abadía no Brasil, apreendido pela Polícia Federal, foi cedido para a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, por ordem do então juiz federal Odilon de Oliveira, para reforçar as ações de segurança no estado.
Mas, durante vários anos, a aeronave ficou em solo, sem uso, porque aguardava doação em definitivo para cumprir com os trâmites burocráticos junto ao fabricante do motor, a empresa Rools Royce, conforme a administração estadual à epoca.
Juan Carlos Ramirez Abadía
Abadía ficou escondido no Brasil durante três anos e, para fugir da Justiça, se submeteu a 78 cirurgias plásticas, ficando com o rosto completamente desfigurado.
Em agosto de 2007, após ser preso em um condomínio de luxo em São Paulo, foi transferido para o Presídio Federal de Campo Grande, onde permaneceu por um ano até ser extraditado para os Estados Unidos.
O narcotraficante colombiano foi acusado pela Polícia Federal de lavagem de dinheiro, uso de documento falso, corrupção ativa e formação de quadrilha.
Até mesmo dentro do Presídio Federal de Campo Grande Abadía continuava agindo. Ele foi acusado de se associar ao narcotraficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o 'Fernandinho Beira-Mar' e à José Carlos Girotti, preso pelo assalto ao Banco Central.
Em 2008, a PF descobriu que os criminosos se uniram para promover extorsões mediante sequestro, para facilitar a fuga de internos de outros presídios. Um dos planos era sequestrar um dos filhos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em seu segundo mandato.
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